A importância da presença masculina na criação dos filhos, principalmente, dos meninos, é um ponto de, extrema relevância, do ponto de vista psicológico. Isso se considerarmos a construção de personalidade, de autoridade e autonomia, fica ainda mais evidente a necessidade da influência dessa figura, no período de desenvolvimento do indivíduo.
Um cuidado tão necessário que deixa marcas significativas. Por isso, é fundamental refletir sobre sua importância na construção da personalidade e da maturidade de um indivíduo. O papel do pai no desenvolvimento da criança e na interação entre pai e filho é um dos fatores decisivos para o fortalecimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade e no universo em que ela está inserida.
Sabemos que muitas crianças não possuem contato permanente com seus pais biológicos, por diversos motivos. E que, ao longo da vida, esse papel de acaba sendo desempenhado por um avô, um tio, um padrasto ou um irmão. No entanto, a figura paterna é responsável por uma boa parte da identidade deste indivíduo.
Psicanaliticamente falando, a figura masculina traz a representatividade da ordem, da tradição e da autoridade. Sabemos que a carência de amor e de afeto comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente.
E quando as interações entre pais e filhos são mal adaptativas ou desajustadas, os resultados poderão levar a formas de comportamento antissocial. Portanto, fica evidente que, o abandono também pode gerar grandes conflitos emocionais na vida da criança seja por separação conjugal ou abandono dos filhos.
Na prática, no dia-a-dia, quais seriam as principais consequências desta ausência paterna? Algumas crianças podem apresentar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo, bem como na elaboração de distúrbios de comportamento agressivos. Pois, elas tendem a desenvolver sentimento de insegurança e também manifestar graves transtornos de ansiedade, já que a construção psicoafetiva apresenta deficiências.
Além disso, elas também sofrem por não conseguirem desenvolver as habilidades adequadas para a convivência em sociedade, o que justifica a tendência a se isolar e não conseguir interagir de forma saudável com o outro.
Um outro fator importante é a incapacidade de seguir leis ou respeitar autoridades, pois as crianças com pais ausentes, especialmente as do sexo masculino, podem não conseguir se submeter a uma figura de autoridade, e como resultado disso podem se tornar rebeldes e adeptos da violação das regras, criando sérias consequências negativas para ela no futuro.
A presença da figura masculina é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na sociedade. Se a criança acreditar que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela pode desenvolver um complexo de inferioridade, se sentir rejeitada e desenvolver depressão e outras doenças psíquicas.
Isso pode prejudicar muito a sua autoestima, levando-a a ter problemas de insegurança com relação a si mesma no futuro, por se achar menos digna que os outros. É claro que isso não tem nada a ver com a realidade, no entanto, o sentimento persiste e precisará ser tratado com terapia, caso contrário, essa criança vai sempre se sentir inferior.
Portanto, tanto o afeto paterno quanto materno, representam a possibilidade do equilíbrio como regulador da capacidade da criança ou do jovem investir no mundo real.
Porém, a ausência ou o abandono, é extremamente prejudicial ao desenvolvimento dos vínculos de sobrevivência do indivíduo, propiciando alterações comportamentais que acionam o sinal de alerta demonstrando que algo está em desequilíbrio ou mesmo, favorecendo o desenvolvimento de transtornos emocionais, como: a depressão infantil, as neuroses oriundas da ansiedade generalizada, o agravamento de TDAH, os distúrbios de sono, as alterações de humor neurótico e o aumento de fobias.
O estímulo ao convívio entre pais e filhos, certamente é um forte instrumento na construção e no desenvolvimento equilibrado de uma maturidade emocional saudável e livre de transtornos e traumas.
*Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista