Inclusão Social: Professor busca apoio para implantar Projeto Inclusão Radical na Reme da Capital

‘Quando a gente chega como uma luz em meio à escuridão, sem dúvida, é muito gratificante’, declarou o idealizador do projeto, professor Washington Pagane

Professor Washington Pagane – Foto: Arquivo Pessoal

Promover a inclusão social de alunos da Rede Municipal de Ensino por intermédio de práticas corporais de aventura. Esse é o objetivo do Projeto Inclusão Radical, idealizado pelo professor Washington Pagane, especialista em Educação Especial e Transtornos do Espectro do Autismo.  “O contexto escolar é propício para desenvolvermos a questão da conscientização para a inclusão”, defende o professor.

Com recursos próprios e participação de voluntários, o projeto já promoveu ações com slackline, canoagem, trilha, sempre com adequações e auxílio necessários para que os alunos possam realizar, com segurança, as atividades propostas.

Segundo Pagane, o projeto nasceu do sentimento de angústia vivido na Escola Municipal Professor Fauze Scaff Gattass Filho, onde se encontravam vários alunos que tinham vontade de participar das aulas de Educação Física, mas a deficiência se tornava uma barreira para o desenvolvimento das atividades. “Porém, descobrimos por meio de estudos que, com adequações e auxílio corretos, a deficiência não é barreira para esse aluno, que é capaz de desenvolver qualquer tipo de atividade”, garantiu.

Projeto voluntário

Atualmente, o Inclusão Radical é um projeto desenvolvido por voluntários, dependendo do próprio suor e até de recursos financeiros deles para sobreviver.

Para Pagane, é muito gratificante testemunhar a emoção principalmente das mães ao ver seus filhos romperem barreiras. Segundo ele, geralmente as famílias sequer têm opção de lazer para as crianças e adolescentes com deficiência física. “A sociedade está sedenta de projetos como o Inclusão Radical, que estimula a participação de toda comunidade escolar nas atividades, inclusive dos alunos que não têm deficiência, promovendo a plenitude da inclusão social”.

Um sonho

Pagane vê no Projeto Inclusão Radical uma verdadeira política pública de inclusão social. Campo Grande, informou, tornou-se referência no Brasil com relação ao atendimento das crianças com deficiência dentro da escola.

O grande sonho do professor Pagane e de sua equipe é implantar o Projeto na Rede Municipal de Ensino. O pontapé inicial seria a criação de um polo do Inclusão Radical para o atendimento dos alunos que têm deficiência na região da Escola Fauze, onde o projeto nasceu.

Para a implantação do projeto não é necessário grande investimento, explicou o professor, porque vai usar a estrutura que já existe na escola. “Eu só preciso do profissional que vai desenvolver a atividade com o aluno. Materiais e equipamentos podemos adquirir por meio de parcerias com a iniciativa privada e empresários da região. O Projeto Inclusão Radical pode se tornar uma referência para o Brasil”.

A emoção vivida pelos alunos e suas famílias têm motivado Pagane e sua equipe a lutarem pela ascensão do projeto. Emocionado, ele lembrou que “encontro forças em declarações como feita por uma aluna que me disse: ‘professor, eu nunca sai da cadeira de rodas para realizar uma atividade aqui na Educação Física; essa é a primeira vez’. Quando a gente chega como uma luz em meio à escuridão, sem dúvida, é muito gratificante”.

Colaboração jornalista Cristina Gomes

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