O livro de poemas Vias do Infinito Ser, de Rubenio Marcelo, publicado originariamente em 2017 pela Editora Letra Livre, com lançamento em Campo Grande e posteriores sessões de autógrafos em outros locais do país, foi indicado agora pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Edital PROGRAD, na lista oficial de nove obras de autores da literatura de língua portuguesa, para leitura obrigatória que servirá como base para questões a mensurar a compreensão e conhecimento dos alunos/leitores no Vestibular UFMS 2021. A relação completa dos livros contemplados no referido conteúdo programático é a seguinte: Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga; Esaú e Jacó, de Machado de Assis; Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto; Viagem e Vaga música, de Cecília Meireles; Sagarana, de Guimarães Rosa; O encontro marcado, de Fernando Sabino; Seminário dos ratos, de Lygia Fagundes Telles; Cinzas do Norte, de Milton Hatoum; e Vias do Infinito Ser, de Rubenio Marcelo.
Com forte vertente simbólica, apresentando poemas em versos livres identificados especialmente com características metalinguísticas e existenciais, dosando efeitos metafóricos e aspectos da espiritualidade humana, expondo mensagens voltadas para reflexões dos leitores, Vias do Infinito Ser, que foi lançado também em Portugal (numa mesa literária na Universidade de Aveiro), exprime ademais, em alguns poemas, o engajamento com o social e com o aspecto homem/tempo/cotidiano. Já na capa, temos um conjunto visual reflexivo entre o transcendente e o natural, o abstrato e o concreto, com realce para três discretas flores de lótus, que simbolizam desprendimento material, pureza mental e elevação espiritual, perspectivas que se refletem no teor do livro, que possui significativa fortuna crítica atestando a ótima recepção da obra – aqui citaremos apenas trechos de algumas:
O crítico literário José Fernandes, também doutor em Letras pela UFRJ, assim asseverou sobre o livro de Rubenio Marcelo: “‘Vias do Infinito Ser’ se compõe de uma poesia profunda, marcada por dimensão metafísica, como requer a concepção de infinito a que o ser tem de conquistar durante a existência. Para isso, o jogo poético, tal como o existencial, se executa entre o finito, o concreto, o físico, e o essencial, abstrato, infinito. Em decorrência, a leitura de cada poema não pode ser feita em uma sentada, mas sorvida mediante várias leituras, a fim de que se possa mergulhar na essência da poesia e no sublime que ela encerra. A viagem pelo poema assemelha-se à viagem do ser em busca do infinito. Tem de ser executada passo a passo…”.
Por sua vez, Paulo Nolasco, que é crítico literário, professor e doutor em Letras, certifica: “Com efeito, alguns aspectos poéticos realçam características marcantes nos versos contidos no livro Vias do Infinito Ser, de Rubenio Marcelo: primeiro, um acentuado traço e sentido do artista criador, também se diria do cientista do verbo, seguido por uma visível indagação acerca das transcendências, salientando um halo de luz cujas projeções através de “vias”, que, ou se direcionam ao título da obra como um todo, ou à densidade temática que se pode perscrutar em deslindamento de cada poema, como, por exemplo, a busca da certeza do caminho certo e do templo da virtude”.
O professor de Literatura, escritor e jornalista J. P. Frazão, define assim a obra e o autor: “O estado etéreo da poesia de Rubenio Marcelo mostra que esta arte não é apenas a luz da estética, a claridade do inexplicável, o brilho do indizível, ou o encanto da emotividade. Afinal, a poesia não é produto de sentimentos, mas uma fonte geradora dos mesmos. E por ser protagonista de sua própria imortalidade, a verdadeira poesia é infinita e transcendental. Assim, com viagens por outras obras do autor, comprovamos que a infinitude poética se confirma em cada verso, filosoficamente criado, como um fio de sensações cósmicas interligando astros e nos conduzindo ao misterioso princípio/fim da existência. Isso se revela novamente quando desvendamos o fenômeno das intuições e do místico incorporado no livro Vias do Infinito Ser”.
A poeta e acadêmica Raquel Naveira, que é mestre em Comunicação e Letras, assegura: “Em “Vias do Infinito Ser”, Rubenio Marcelo percorre vias de infinito, de essência, de sobrenatural. Vias de dúvidas, de certezas, de dores e êxtases. Para essa tarefa espiritual, vê-se “entre a cruz e a encruzilhada das palavras”, bifurcações de caminhos e escolhas estéticas e existenciais”.
A professora, poeta e acadêmica Ileides Muller, por sua vez, sintetiza: “O poeta Rubenio Marcelo possui a habilidade nata e a desenvoltura própria de quem se habituou no ofício de extrair essências. Em cada poema, reinventa significâncias, reescreve significados e recria importâncias. Pelas “Vias do infinito ser”, a sua poesia pulsa no ritmo das sensações e no compasso das emoções que eternizam os instantes”.
O crítico literário, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Carlos Secchin, afirma: “Na poesia de Rubenio Marcelo, em vez de o ser humano habitar o cosmo, é o universo que reside no homem. Tudo emana da força da poesia, e é com essa luz de dentro, deflagrada pelo poder do verbo, que subitamente as coisas ganham forma e novo sentido. Como se lê em um de seus poemas, “palavras saltam muralhas e viram estrelas”.
Na abalizada ótica da escritora, professora e ensaísta Ana Maria Bernardelli: “Vias do Infinito Ser” de Rubenio Marcelo é um daqueles livros que superam sua função de conter poemas para serem lidos e apreciados com reverência. Torna-se, desde a primeira leitura, um guia da espiritualidade humana diante de um mundo tão inescrutável quanto. Um tratado a ser consultado tanto nos momentos aflitivos como na “azulecência” do sorriso calmo. “Vias do Infinito Ser” sustenta-se na leitura silenciosa e filtra dimensões da vida cotidiana que se alojam em nossa mente e lá permanecem questionando-nos, disciplinando-nos a um esforço mental prazeroso e necessário”.
A doutora em Teoria e História Literária e professora de Literatura na Unemat, Olga Castrillon Mendes, assim enfatiza sobre o livro: “Não vou precisar a essência vital em que repousa a poética de Rubenio Marcelo: se na sonoridade e nos fundamentos rítmicos, ou nas unidades expressivas de composição linguística, que modalizam a atividade criadora da palavra, cujos mecanismos o poeta domina com precisão. Ficarei com a atividade criadora fecundada por versos polinizados pela influência do calor do sol, da aspereza das pedras, do jogo de embaçados espelhos. Nesse espaço se dá o excepcional acesso ao mundo em que a eficácia expressiva se reveste de caráter, muitas vezes, epifânicos”.
Já o poeta e crítico literário Gilberto Mendonça Teles, sobre o livro, assevera: “Uma das estratégias que me seduziu na leitura da poesia de Rubenio Marcelo foi a possibilidade de conjugar o pensamento de Heidegger, para quem a linguagem é a morada do Ser, com a afirmação do evangelista (João II,2), de que “Na casa de nosso Pai há muitas moradas”. Ambos reafirmam aristotelicamente o lugar / a morada do Ser na linguagem: um ontologicamente; outro na metafísica teológica, pelo menos na de Santo Tomás de Aquino, onde o Ser permanece como sujeito da metafísica e Deus o sujeito da teologia”.
O crítico de literatura e escritor espanhol Cristino Vidal Benavente, que reside em Madrid, afirma: “Es Rubenio Marcelo un poeta cercano a cualquier lector, porque tiene la habilidad de presentar sus poemas como si estuvieran abiertos en canal, mostrando sus entresijos, que suelen ser retales escogidos de la vida cotidiana. Retrata perfectamente ideas, circunstancias, situaciones, ánimos, y posee una filosofía muy de andar por casa, comprensible y atrayente, con la que suele coincidir quien se aventura a leer sus poemas”.
Residente em Campo Grande, Rubenio Marcelo é poeta escritor e compositor, membro efetivo da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (Cadeira nº 35). Foi Conselheiro Estadual de Cultura de MS. É um dos vencedores do tradicional concurso ‘Noite Nacional da Poesia’. Possui treze livros publicados (3 em coautoria) e três CDs. O livro “Vias do Infinito Ser” pode ser adquirido na Livraria Franco: Rua Maracaju nº 101, Centro, Campo Grande, ou pelo site da Editora Letra Livre.