O sojicultor sul-mato-grossense recebeu, em média, R$ 60,55 pela saca de soja em março deste ano, valor que supera em 187,8% o preço contabilizado há dez anos, quando a oleaginosa valia R$ 21,04. Apesar do resultado positivo, ao analisarmos a inflação, o aumento é menos expressivo. É o que mostra o Informativo Casa Rural, elaborado pelo Departamento de Economia do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS.
Corrigindo os preços com o IGP-M – Índice Geral de Preços – Mercado para janeiro de 2006, ou seja, analisando em termos reais, o incremento é bem menos significativo, ou seja, de 52,8%, considerando que, sem a inflação, a saca da soja valeria hoje R$ 32.
Para o analista econômico do Sistema Famasul, Luiz Gama, a inflação corresponde a aproximadamente R$ 30 do valor atual da soja. “O IGP-M, índice utilizado para correção do preço aumentou 88% entre março de 2006 e março de 2016. Isso não significa que o produtor rural teve prejuízo. Mas sim que houve uma diminuição de margem”.
Outro ponto a considerar é o aumento dos custos de produção nos últimos anos. Considerando a safra de 2006/07 e a atual temporada, os gastos com o cultivo de oleaginosa elevaram 99,7%, em termos nominais. O mesmo comparativo deflacionado, ou seja, livre de inflação, é de um crescimento de 24%.
“A variação cambial tem influenciado o setor. Isso porque o dólar valorizado, ao mesmo tempo que beneficia o setor, deixando o nosso produto mais competitivo no mercando internacional, aumenta os custos de insumos, que, em sua grande parte, são importados de outros países”, salienta o economista.
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