No último mês do ano, o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Uniderp, ficou em 0,84%. Apesar de menor em comparação com novembro (1,14%), o indicador, comparado apenas com os meses de dezembro, foi superado apenas em dezembro de 2002, quando a inflação foi de 2,58%.
No acumulado do ano o índice atingiu 11,41%, o que não acontecia desde 2003, quando registrou 11,82%. “O resultado está muito acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%, e em comparação ao centro da meta que era de 4,5%. Assim, apesar de janeiro historicamente ter inflação alta, a tendência é de que haja queda para os próximos meses”, considera o coordenador do Nepes e pesquisador da Uniderp, Celso Correia de Souza.
Os grupos com maiores percentuais de contribuição para a elevação da inflação na capital foram: Alimentação, com índice de 1,92% e contribuição para a inflação de 0,39%, Transportes 1,60% e contribuição de 0,24%, Habitação 0,40% e contribuição de 0,13%, entre outros. “O grupo Alimentação continua a preocupar, pois em novembro registrou alta de 3,33%. Caso as condições climáticas para os próximos meses sejam favoráveis e a oferta de boi gordo aos frigoríficos melhorar, a tendência é que o grupo não pressione tanto a inflação”.
Inflação acumulada
A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 11,41%, acima do teto da meta estabelecida pelo CMN, de 6,5%. As maiores inflações no período, por grupo, foram: Alimentação (15,81%), Habitação (13,59%), Transportes (13,46%). O grupo Vestuário apresentou deflação em 2015 (-0,14%).
Maiores e menores contribuições para a inflação em dezembro
Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação em dezembro foram: etanol, com aumento de 8,20% e contribuição de 0,15%; gasolina, com acréscimo de 2,39% e contribuição de 0,08%; frango congelado, com elevação de 6,05% e contribuição de 0,04%; tomate, com aumento de 20,63% e contribuição de 0,04%; alcatra com aumento de 2,77% e contribuição de 0,03%; refrigerador com reajuste de 5,88 % e colaboração de 0,03%; cebola com elevação de 31,86 % e contribuição de 0,03%; açúcar com alta de 5,56% e participação de 0,03%; aluguel de apartamento, com aumento de 0,57% e colaboração de 0,03%; e o contrafilé com variação de 4,54% e contribuição de 0,03%.
Já os dez itens que ajudaram a reter a inflação no período,o com contribuições negativas foram: presunto, com deflação de -4,15% e contribuição de -0,0003%; limão, com queda de -21,33% e contribuição de -0,003%; chocolate em pó com redução de -2,02% e contribuição -0,003 %; massa de tomate com queda de -1,19% e colaboração de -0,003 %; queijo cremoso com deflação de -1,50% participação de -0,002%; farinha de mandioca com redução de -4,99% e contribuição de -0,002%; melancia com queda de -3,97% e colaboração de -0,002%; lingerie com deflação de -0,42% e contribuição de -0,002%; berinjela com redução de -6,55% e participação de -0,002%; e manga com decréscimo de -14,07% e contribuição -0,002%.
Segmentos
Em dezembro, o grupo Habitação apresentou uma moderada elevação em seu índice, de 0,40% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: vassoura (9,12%), esponja de aço (6,26%), refrigerador (5,88%), entre outros. Quedas de preços foram constatadas com: lâmpada (-0,71%), saponáceo (-0,66%), máquina de lavar roupa (-0,28%), entre outros.
O índice de preços do grupo Alimentação registou alta de 1,92%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos como: cebola (31,86%), tomate (20,63%), alho (15,30%), repolho (15,08%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: limão (-21,33%), manga (-14,07%), berinjela (-6,55%), entre outros.
O pesquisador da Uniderp explica que esse grupo sofre influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alimentos como verduras, frutas e legumes. “Alguns desses produtos aumentam de preços ao término das safras, outros diminuem de preços quando entram nas safras. Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços, e quando é favorável ocorre o feito inverso”, diz Celso Correia.
Dos quinze cortes de carnes bovinas pesquisados pelo NEPES da Uniderp, dez deles tiveram alta de preços. Os maiores aumentos ocorreram com: ponta de peito (5,25%), contrafilé (4,54%), alcatra (2,77%), vísceras de boi (1,92%), patinho (1,87%), costela (1,77%), acém (0,90%), fígado (0,90%), paleta (0,69%) e músculo (0,23%). Já reduções de preços aconteceram com: lagarto (-2,66%), cupim (-1,51%), filé mignon (-1,50%) e coxão mole (-1,29%). A picanha foi o único corte que permaneceu com preço estável.
“Como está havendo uma queda no consumo desse produto, a tendência é que nos próximos meses a carne bovina comece a cair de preço, principalmente, se a oferta de boi gordo aos frigoríficos melhorar. Também, percebe-se que está ocorrendo a migração do consumidor aos cortes de segunda de carne bovina, de menores preços, fazendo com que esses cortes subam de preços de modo mais expressivo. Percebe-se também uma maior procura pela carne suína e de frango, pois seus preços têm sido majorados”, analisa Celso Correia de Souza.
As carnes suína e de frango também ficaram mais caras em novembro. O pernil aumentou 4,05%, a costeleta 1,39% e a bisteca 1,38%. O frango resfriado teve reajuste de 6,05%, como também, os miúdos, com aumento de 1,34%.
Em relação ao grupo Transportes, houve aumento de 1,60% devido, principalmente, aos preços dos combustíveis. Os maiores aumentos ocorreram com: etanol (8,20%), gasolina (2,39%), ônibus interestadual (0,42%), diesel (0,16%) e automóvel novo (0,12%).
O grupo Educação apresentou um pequeno aumento de 0,19%, devido ao reajuste de preços de produtos de papelaria (1,80%).
Seguindo o mesmo comportamento, o grupo Despesas Pessoais registrou ligeira alta, 0,11%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram: xampu (8,07%), creme dental (1,84%), papel higiênico (1,59%), entre outros. Queda de preço só ocorreu com absorvente higiênico (-0,06%).
Outra elevação foi constatada com o grupo Saúde, que fechou com índice de 0,42%. Os produtos que tiveram os maiores aumentos de preços foram: material para curativo (3,82%), analgésico e antitérmico (2,28%), vitamina e fortificante (0,82%), entre outros com menores aumentos. As maiores quedas de preços ocorreram com: antialérgico e broncodilatador (-1,10%), anti-infeccioso e antibiótico (-0,53%), antigripal e antitussígeno (-0,40%), entre outros.
O grupo Vestuário também uma pequena inflação em seu índice, 0,24%. Os principais reajustes foram constatados com: camiseta masculina (1,90%), camisa masculina (1,39%), short e bermuda masculina (1,05%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços ocorreram com: bermuda e short feminino (-1,01%) e lingerie (-0,42%).
IPC/CG
O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC / CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.
Fonte: S2Publicom