Inflação sobe em Campo Grande (MS)

Transportes e Habitação foram os grupos responsáveis pela alta, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp.

Foto: Álvaro Barbosa/Arquivo

Depois de duas deflações consecutivas, o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) registrou alta em agosto e fechou o mês em 0,15%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. No comparativo da série histórica dos meses de agosto, é a menor taxa desde 2005, quando atingiu deflação de -0,37%. Em julho, a inflação ficou em -0,27%.

De acordo com o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza, os principais responsáveis pelo resultado do índice foram Transportes (1,16%) e Habitação (0,42%). A maior contribuição negativa para o índice foi do grupo Alimentação, que teve deflação, principalmente, devido às quedas de preços da carne bovina. “A expectativa para os próximos meses é que a inflação continue em patamares bem baixos, propiciando a baixa dos juros e a retomada do crescimento econômico pelo país”, complementou.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, na capital de Mato Grosso do Sul, é de 2,36%, índice abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. No período, o maior índice em relação aos grupos é do Vestuário, com 12,01%, seguido de Transportes e Habitação, com inflações acumuladas de 4,36% e 5,68%, respectivamente.

No acumulado de 2017, ou seja, em oito meses, a inflação registrada saiu de 1,01% para 1,16%, taxa ainda baixa quando comparada com o mesmo período de anos anteriores, só perdendo para o ano de 2006, quando o acumulado até agosto foi de 1,06%. A maior inflação no período foi com Vestuário: 6,99%. Já o grupo Despesas Pessoais, se destaca pela taxa negativa de -2,81%, o que ajudou a conter a inflação em Campo Grande. “A Alimentação também está tendo uma grande contribuição neste ano para frear a inflação, com um índice acumulado de -3,58%”, esclarece Celso.

Maiores e menores contribuições 

Os 10 “vilões” da inflação, em agosto:

  • Energia elétrica, com inflação de 2,03% e contribuição de 0,11%;
  • Gasolina, com inflação de 4,26% e contribuição de 0,08%;
  • Etanol, inflação de 4,15% e participação de 0,07%;
  • Batata, com variação de 12,07% e colaboração de 0,04%;
  • Vestido, com acréscimo de 5,77% e contribuição de 0,03%;
  • Automóvel novo, com aumento de 1,40% e participação de 0,03%;
  • Sabão em pó, com variação de 2,29% e colaboração de 0,03%;
  • Queijo de Minas, com acréscimo de 6,62 % e contribuição de 0,02%;
  • Ovos com reajuste de 7,41% e participação de 0,02%;
  • Linguiça fresca, com elevação de 8,82% e colaboração de 0,02%.

Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas:

  • Alcatra, com deflação de -08,87% e contribuição de -0,11%;
  • Costela, com redução de -14,79% e colaboração de -0,09%;
  • Patinho, com diminuição de -11,71% e participação de -0,05%;
  • Televisor, com decréscimo de -6,66% e contribuição de -0,04%;
  • Feijão, com baixa de -3,20% e colaboração de -0,03%;
  • Sapato feminino, com diminuição de -5,72% e participação de -0,03%;
  • Tomate, com redução de -14,24% e contribuição de -0,03%;
  • Açúcar, com decréscimo de -04,96%e colaboração de -0,03%;
  • Diesel, com queda de -00,82% e participação de -0,02%;
  • Pneu, com baixa de -1,61% e contribuição de -0,02%.

Segmentos

O grupo Habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou alta de 0,42%, motivado, principalmente, pelos aumentos em eletrodomésticos e nas contas de energia elétrica, com a mudança da bandeira tarifária para vermelha.

Repetindo comportamentos dos últimos três meses, o grupo Alimentação apresentou queda e fechou agosto com -1,04%. As maiores altas de preços ocorreram com: limão (55,97%), pimentão (28,72%), abóbora (18,32%), entre outros. Fortes quedas de preços foram registradas com: couve-flor (-22,74%), costela bovina (-14,70%), tomate (-14,24%), entre outros.

Queda de preços também foi constata com a carne vermelha bovina. Treze dos 15 cortes pesquisados pelo Nepes da Uniderp apresentaram reduções. São eles: costela (-14,70%), patinho (-11,71%), alcatra (-8,87%), fígado (-6,20%), lagarto (-5,72%), filé mignon (-4,90%), peito (-4,35%), coxão mole (-4,11%), picanha (-3,94%), paleta (-2,66%), cupim (-2,58%), acém (-2,34%) e músculo (-0,89%). Aumentaram de preços, as vísceras de boi (2,66%) e contrafilé (1,80%).

Quanto aos cortes de carne suína, tiveram alta a costeleta (3,91%) e o pernil (2,16%); já a bisteca baixou -3,60%. A carne de frango congelada também teve queda de -1,92%, bem como os miúdos de frango, -0,42%.

Diferente da Alimentação, o grupo Transportes apresentou uma forte inflação em seu índice: 1,16%. Entre os principais motivos está o aumento nos preços dos combustíveis, como a gasolina (4,26%) e etanol (4,15%). As passagens de ônibus intermunicipal e interestadual também subiram 7,90% e 6,31%, respectivamente. Não ocorreu nenhuma queda de preço nesse grupo.

O grupo Educação apresentou queda e fechou agosto com índice de -0,04%, devido reduções nos preços de produtos de papelaria.

O grupo Despesas Pessoais foi outro grupo com queda e fechou o mês com -0,08%. Alguns produtos/serviços que tiveram aumentos de preços foram: protetor solar (3,11%), sabonete (1,71%), hidratante (1,64%), entre outros. Já as principais reduções ocorreram com xampu (-3,15%), produto para limpeza de pele (-2,97%) e fio dental (-2,85%).

O grupo Saúde registrou pequena alta: 0,06%, motivado por aumento no material para curativo (1,90%). Queda foi registrada com psicotrópico e anorexígeno (-0,02%).

Completando o estudo, Vestuário encerrou agosto com deflação de – 0,22%. Os maiores aumentos de preços foram registrados com vestido (5,77%), lingerie (3,03%), camiseta feminina (1,93%), entre outros com menores aumentos. Quedas de valor foram identificadas com sandália/chinelo feminino (-7,50%), sandália/chinelo masculino (-6,46%), sapato feminino (-5,72%), entre outros.

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG via Nepes.

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