Informação é gargalo para agropecuária sustentável, afirma especialista

Foto: Divulgação

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“O grande desafio da atual agropecuária sustentável é a falta de informação”. Esta é a conclusão do engenheiro agrônomo Allyson Paolinelli, conhecido como ‘pai da agricultura’ e que participará, como moderador do primeiro bloco de palestras do 2º Simpósio Internacional Sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária.

O evento, promovido pela Embrapa Gado de Corte – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e pelo Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, em parceria com diversas instituições, será realizado entre os dias 7 e 9 de junho, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande/MS.  O II SIGEE será lançado oficialmente no próximo dia 10 de maio na sede do Sistema Famasul.

Paolinelli será o moderador da mesa redonda referente às duas primeiras palestras do II SIGEE. A primeira será ministrada pela cientista, afiliada ao Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e vice-presidente do IPCC -Painel Intergovernamental de Mudança Climática, órgão criado pela ONU para avaliar a ciência do aquecimento global, Thelma Krug, que falará sobre os ‘ Desafios para a agropecuária frente aos cenários de mudanças climática.

Em seguida, o superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Cultura, Turismo Empreendedorismo e Inovação, Renato Roscoe, abordará o tema ‘ Mato Grosso do Sul: Estado Carbono Neutro”. Ainda na abertura do evento, acontecerá o Lançamento da marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN).

Para Paolinelli, que já foi ministro da Agricultura no governo Ernesto Geisel e presidiu a CNA- Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o País hoje é referência mundial de preservação ambiental, aliada à produção agropecuária, mas o assunto ainda é pouco divulgado na sociedade urbana. ” Temos uma agricultura tecnificada, altamente sustentável, onde a manutenção dos recursos naturais, ou seja, do solo, da água, da planta, dos animais e do clima é fundamental”, reforça.

O especialista acredita que o caminho trilhado pelo setor está diretamente atrelado ao desenvolvimento científico. “Essa é a preocupação da nossa ciência e foi isso que fizemos com o nosso Cerrado. Hoje não aramos mais a terra, fazemos plantio direto na palha, passamos a trabalhar com o processo integrado que garante a produtividade e a recuperação do solo, de forma química, física e biológica”, salienta Paolinelli reforçando o papel estratégico do Brasil em âmbito mundial: “Precisamos mostrar ao mundo que o Brasil está preparado para fazer uma agricultura tropical, de maneira sustentável, e que vai atender a demanda mundial de alimentos em 2020, ampliando sua produção consideravelmente”.

Paolinelli reforça que dentro de todos os avanços tecnológicos que elevaram a relevância do setor no contexto mundial não são percebidos como deveriam. “Comunicação rural, essa é a chave. Temos a agricultura com carbono positivo e uma pecuária que, ao utilizar o capim enriquecido, ou seja, plantado num solo recuperado, acaba levando o animal a emitir menos gases de efeito estufa, mas a divulgação de tudo isso é pequena. Precisamos estabelecer debates, discussões, com participação de pessoas da sociedade, da imprensa e dos consumidores”.

Simpósio – O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e pelo Sistema Famasul, com apoio da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Senar Brasil e Rede ILPF.

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