Procedimentos de comércio exterior, medidas sanitárias e análises de mercados. Esses foram os principais temas abordados durante o InterAgro – Rede Agropecuária de Comércio Exterior, realizado nessa quarta-feira (19), na sede do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, com a participação de especialistas do setor.
O evento, promovido pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e pela ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, apresentou as potencialidades da apicultura, ovinocultura e piscicultura.
O primeiro painel foi ministrado pelo supervisor de competitividade da Apex-Brasil, Tiago Terra, que apontou a importância das empresas estarem conectadas no ambiente virtual. “Os produtores rurais interessados em exportar precisam estar atentos as especificidades do comércio internacional, como disponibilizar websites e catálogos de produtos em outros idiomas. Outra forma de aumentar as possibilidades de negociação com outros países é a participação em projetos setoriais, a exemplo do que já é feito nos segmentos de frutas, mel, carnes e café”, argumenta.
Em seguida, o analista de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Gustavo Tavares, destacou o Programa do Portal Único de Comércio Exterior que vai simplificar o acesso aos serviços e sistemas governamentais pertinentes às operações, reformulando os processos de comércio exterior.
O Portal está em fase de implantação e deve ser finalizado em meados de 2018, com a promessa de reduzir em até 40% o prazo do processo de vendas internacionais. “O documento vai circular na mesma janela, reduzindo tempo e custo. Até mesmo as inspeções físicas serão coordenadas conjuntamente pelos órgãos atuantes”, diz.
O analista de negócios internacionais da Apex Brasil, Manoel Franco Júnior, ministrou palestra sobre mercados: “As três cadeias apresentadas aqui têm potencial para vender externamente. O mel já é negociado internacionalmente pelo Brasil, e no Estado, o produto tem qualidade atestada e volume suficiente para negociação”.
“Na piscicultura, o Brasil é muito inicial, mas são muitos os interessados em pescado, principalmente o filé de Tilápia e o ambiente é propício para atividade (água doce). Na ovinocultura, os produtores que têm o interesse em enviar a proteína para outros países, devem conhecer as exigências sanitárias dos compradores em potencial”, destacou Franco Júnior.
Um dos destaques ficou por conta da representante da Superintendência de Relações Internacionais da CNA, Camila Sande, que detalhou informações sobre ‘Abertura Comercial e Mercado Doméstico’, explicando o objetivo do seminário: “É motivo de grande satisfação ter participado da elaboração deste programa [Interagro] que tem a finalidade de aproximar o produtor rural dos temas voltados ao comércio exterior. A exportação é uma alternativa em momentos de crise, mas, precisa ser planejada”, reforça.
No último painel, o consultor em Comércio Internacional, Matheus Andrade, falou sobre as principais linhas de financiamento oferecidas a empresários interessados em exportar, explicando como funcionam os prazos de pagamento e taxas de juros.
Visitantes – o presidente da Comissão de Aquicultura da Faeg – Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, Paulo Roberto Silveira Filho, aceitou o convite da federação sul-mato-grossense e pontuou os temas que mais chamaram a atenção. “O agronegócio é responsável por 45% das receitas com as exportações brasileiras e a piscicultura tem um papel importante nesta participação e isso é muito interessante para os produtores goianos, que estão investindo na profissionalização da atividade”.
Silveira Filho ressaltou outras estimativas atraentes: “Nos próximos 20 anos, o setor com maior probabilidade de crescimento é o aquícola, no qual está incluída a piscicultura. Temos condições de aperfeiçoar o manejo e conseguir uma das melhores lucratividades pecuárias”, conclui.