Deus não pune ninguém, apenas permite que as Leis que disciplinam o Universo cumpram a sua função, porque o contrário disso seria o império detestável da impunidade que leva povos inteiros à desilusão completa. No entanto, a todos é concedida, ontem, hoje, logo amanhã ou no futuro distante, a recuperação, pelas vidas sucessivas, de modo que, um dia, possamos usufruir dos benefícios de voltarmos ao seio de Abraão (Evangelho, segundo Lucas, 16:22). Deus é Pai, e, não carrasco. O alvo derradeiro de Sua Justiça é o perdão, portanto, a Esperança de Seu Amor infinito.
A Lei da Compensação Divina é infalível. Por exemplo: o Império Romano, para expandir-se, invadiu territórios imensos. Que lhe ocorreu? Foi depois ocupado por aqueles povos a que chamava de bárbaros. Os filhos de Roma tinham sido atraídos pelas riquezas daquela gente inculta e escravizaram e saquearam seus territórios. Mais tarde, os antigos oprimidos vieram buscar, de forma multiplicada, o que lhes fora arrancado. Bem a propósito esta passagem do Apocalipse (13:10): “Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada”.
(Evidentemente que por força da Lei Divina e não por decisão de qualquer “justiceiro” desajustado.)
É a lei dos “vasos comunicantes”, gostava de frisar o advogado paraense Dr. Osmar Carvalho e Silva (1912-1975), quando discorria sobre o Evangelho de Jesus. E dentro desse extraordinário esquema, o Apocalipse apresenta-se para nos explicar o Planejamento Divino que determina até onde podem ir as nações, quando em desvario, porque os indivíduos têm limites. Há um Governo Espiritual que vive acima de Espaço e Tempo compreendidos por nós, seres humanos (…). Como ponderava Alziro Zarur (1914-1979): “A Reencarnação é a Chave da Profecia”.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.