O assessor de comunicação do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Sílvio Santana, acaba de lançar um CD de músicas de sua autoria. Com formação acadêmica em engenharia elétrica, jornalismo e artes cênicas, o jornalista tem interesse por quase tudo, principalmente quando diz respeito às artes. “Interesso-me por cinema, teatro, artes visuais, arquitetura, poesia (minha casa é em Campo Grande, o endereço de Fernando Pessoa, poeta português) e… música. A música está na minha vida desde que nasci. Filho de protestantes, ouvia e cantava hinos todos os dias. Aos dez anos já sabia de cor mais de 300 hinos do Cantor Cristão e da Harpa Cristã. Minha mãe cantava como solista na Igreja Assembleia de Deus, no interior da Bahia (Vitória da Conquista) e de Minas Gerais (Almenara, no vale do Jequitinhonha e Teófilo Otoni, no vale do Mucuri). Moro em Campo Grande desde 1987 e aprendi a gostar da música que se faz aqui. Admiro muito os Espíndolas, Almir Sater, Paulinho Simões, Geraldo Rondon, Márcio Gil de Camilo e tantos outros grandes representantes da música Sul-Mato-Grossense. Digo que este estado é também o meu por adoção”.
A produção musical, que ele considera pequena (cerca de 30 canções) é fruto de tudo que ele ouviu e vivenciou aqui, ali e acolá. “Hoje a experiência musical vivida vem me pedindo para se apresentar, e por isto, eu a tenho deixado vir naturalmente, sem me preocupar com tipos de música, mas apenas com sentimento quero expressar”.
Neste primeiro experimento o jornalista mostra sua versatilidade em estilos, apresentando por exemplo, músicas regionais como “Toada para sonhar” e “Senhor Timoneiro”, compostas para Corumbá, cidade que muito admira; “Odoyá” e “Violeta na janela”, que fala de Iemanjá; um xotesinho, “Bonequinha de cetim”, onde fala da paixão de dois adolescentes cabeças de vento; tem Ex-amor, um bolerão à moda antiga; Transfiguração, que trata da descoberta, da constatação e do desespero da perda de um grande amor e, porque a vida continua, da superação dessa dor. Tem também uma música de natal.
“A música está em mim como está em todo mundo e se sai de mim alguma coisa atribuo isto à intensa relação que tive com ela durante toda minha vida. Pois não foi só a música religiosa que afetou minha vida, mas toda a música que se podia ouvir no rádio a partir dos anos 70: bossa nova, pop music, rock ‘n roll, blues, e isto quer dizer de Roberto Carlos a Legião Urbana, de Beatles a Pink Floyd, além de música clássica. Quem não gosta do prelúdio para suíte número 1 Bach? de Haleluia de Haendel? da Nona sinfonia de Beethoven? São músicas clássicas que estão na nossa memória e por isto nos influenciam”.
“Quando procurei Raimundo Galvão para fazer o CD ele me disse que no momento o que fazia sucesso era a combinação de tempo de música, dois minutos e pouco e uma frase para martelar, de preferência dizer que a pessoa saiu de uma badalada e foi prum motel. Coisas como bem exemplifica a música “Isto você não conta”, atual sucesso da dupla Bruno e Marrone, que lamentavelmente entregou-se a essa fórmula para sobreviver. Disse para o Galvão que não me interesso por fórmulas que queria colocar em forma de música o que sinto, o que vejo, o que me impacta e que, como não sou músico, nem sou conhecido (não sou nada, à parte isto tenho em mim todos os sonhos do mundo, como disse Fernando Pessoa) tinha a liberdade de fazer as coisas sem o compromisso de atender a gostos ou modismos. Ele topou e então convidamos a Ana Cabral que com muito prazer aceitou esta empreitada. Destaco a pequena e grande participação de Patrícia Packer fazendo segunda voz em algumas canções. A Rosângela Leite, a quem agradeço muito, gravou para mim, em 2010, no estúdio do Beko Santanegra, Odoyá e Ex-amor”.
Oi Silvio já nos conhecemos. Ha um tempo atrás tive a oportunidade de acompanhar uma amiga em um espetáculo na sua casa ….Gostaria de adquirir o seu CD, como procedo?