As Fake News vieram para ficar. E, pior, estão por todos os lados. Passada a eleição, em que o termo foi bastante difundido, é preciso ficar atento para que inverídicas informações não passem a ser consideradas verdades absolutas. Uma que me chama muita atenção e volta e meia aparece em noticiários, ou até mesmo nas rodas de amigos, é a de que os jovens não leem mais.
Participo ativamente do mercado de livrarias e editoras desde 2004 e posso afirmar que os jovens são, sim, ávidos leitores. Tanto é verdade que basta ter uma Bienal para sentir, in loco, a presença e a curiosidade do público infanto-juvenil em estar perto de seus ídolos, ou seja, os autores. Esse interesse está há anos no radar das editoras que aproveitam a oportunidade para oferecer novos títulos para esse perfil de leitores. E isso é fantástico!
Esse cenário pode ser observado mais de perto por meio das pesquisas que analisam o hábito de leitura no Brasil. Uma das mais recentes, divulgada pelo Ibope em 2015, e encomendada pelo Instituto Pró-Livro, reforça um aumento no número de leitores entre 18 e 24 anos.
De acordo com o levantamento, o índice de hábito de leitura entre os jovens passou de 53% em 2011 para 67% em 2015. Ainda segundo a pesquisa, adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto (42%), seguido por crianças de 5 a 10 anos (40%). É claro que nos Estados Unidos e Europa esse cenário está bem mais avançado, mas é preciso fazer algumas ponderações, uma vez que a realidade cultural e educacional do Brasil está longe de ser a ideal.
Mesmo assim mantenho meu otimismo e positividade. Embora o crescimento do número de novos leitores, de todas as idades, seja lento em nosso país, ele é contínuo. Por isso, da próxima vez que ouvir que os nossos jovens só querem saber de games, whatsapp e redes sociais, faça o alerta. Essa não é realidade.
* Eduardo Villela é book advisor e, por meio de assessoria personalizada, ajuda pessoas a escreverem e publicar suas obras. Mais informações em www.eduvillela.com