Um dos três brasileiros no Mundial Pro Júnior de Surf, da World Surf League (WSL), Kim Matheus busca a recuperação no segundo round do evento, em Kiama, na Austrália. O atleta que é de São Vicente e está filiado à Associação Santos de Surf ficou em segundo lugar na bateria de estreia, superado pelo norte-americano Griffin Colapinto e à frente do sul-africano Bevan Wilis.
Agora, ele volta ao mar contra o peruano Alonso Correa, surfando pela classificação ao round três, e demonstra confiança em uma boa atuação. “Surfei bem na minha bateria, mas não consegui passar. Mas estou com expectativa boa. Já sei o que tenho de fazer para passar a bateria. Então é ir com tudo, ir para cima”, afirmou o surfista.
Kim Matheus representa a América do Sul junto com Wesley Dantas, de Ubatuba, e Mateus Herdy, de Florianópolis (classificados em primeiro em suas baterias), além do peruano Alonso Correa, seu próximo adversário. No feminino, o Brasil conta com outro grande talento, a catarinense Tainá Hinckel. Uma das grandes sensações do evento é o australiano Ethan Ewing, recém-classificado ao WCT 2017.
A melhor atuação no primeiro dia de disputas foi do norte-americano Jake Marshall, com 14 pontos, seguido de perto por Griffin Colapinto. A tradicional competição realizada no início de cada temporada, já revelou grandes nomes, como Andy Irons, na edição inicial, em 1998, Joel Parkinson, e os brasileiros Gabriel Medina e Adriano de Souza, também campeões do WCT.
“Estar aqui é diferente, importante para o meu futuro. Estou entre os melhores do Mundo no pro-júnior. Nunca tinha participado de um campeonato grande assim. É irado competir com atletas que têm nome forte, conhecidos mundialmente. Me faz querer surfar melhor”, ressaltou o atleta treinado pelo técnico Pedro Souza, também coordenador do Centro de Alto Rendimento Santos de Surf, inaugurado em 2016 no Quebra-Mar, para auxiliar a melhoria de performance dos atletas.
Apesar de estar na principal competição do Mundo para a nova geração e ter se classificado entre os quatro primeiros do Continente, Kim Matheus viajou para a Austrália sem patrocínio, com o bico de sua prancha em branco. A ajuda financeira vem do pai, Antonio Carlos Marcondes, proprietário da Farmácia Consciência. “Estou bem animado e espero que esse campeonato impulsione a minha carreira. Tudo vai depender do meu resultado aqui para fazer as estratégias para as etapas do QS”, relata Kim, que tem os apoios da Silver Surf Surfboards, Surf Trunk, Spy Eyewear e Elite Surfing.
Para o presidente da Associação Santos de Surf, Marcos Andrade, o Cabeça, a presença de Kim Matheus no Mundial resgata a força da Baixada Santista no cenário mundial. “Já tivemos grandes representantes e o Kim é um exemplo que estamos desenvolvendo um trabalho para Santos voltar a ter sua força. O Centro de Alto Rendimento é um primeiro passo para estruturarmos cada vez mais a formação de novos valores. Estamos todos na torcida pelo Kim”, disse.