A escritora, musicista e ativista cultural Lenilde Ramos foi eleita para ocupar a Cadeira nº 31 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, na sucessão do historiador Hildebrando Campestrini (falecido em novembro de 2016), em assembleia geral realizada nessa quarta-feira (20) com a presença de grande número de acadêmicos. Regularmente inscrita e eleita por votação do plenário da Academia, a nova imortal será agora diplomada e tomará posse na ASL, a mais alta e representativa entidade literária do Estado.
Além de Lenilde, que recebeu a maioria dos votos dos acadêmicos, outros dois pleiteantes também se inscreveram e disputaram a referida cadeira: o escritor e procurador aposentado José Carlos de Oliveira Robaldo e a escritora e professora Marly Teixeira Morettini. A sessão foi dirigida pelo presidente da ASL, acadêmico Henrique Alberto de Medeiros Filho, e atuaram como coordenadores do processo de votação e apuração os acadêmicos Américo Calheiros e Reginaldo Alves de Araújo, este ex-presidente da ASL. Ao final, esta equipe de escrutinadores procedeu à conferência dos votos, proclamando o resultado oficial.
Residente em Campo Grande, cidade onde nasceu em 1952, Lenilde Ramos é artista eclética e uma das mais legítimas representantes da cultura de Mato Grosso do Sul, sendo que já esteve a convite em vários países (inclusive da Europa) mostrando sua arte e divulgando aspectos culturais do estado. É escritora e instrumentista/compositora, autora das seguintes obras literárias: “História sem nome – Lembranças de uma menina quase gêmea”, “Storia senza nome” (edição italiana), “Imagens e Palavras” e “Do Baú da Tia Lê – Crônicas”. Lenilde integra capítulo do livro “Vozes da Literatura” (FCMS, 2014), apresentando aspectos biográficos do saudoso escritor e historiador Paulo Coelho Machado.
Acerca da obra da nova imortal eleita da ASL, assim expressou, em prefácio do livro “História sem nome”, o escritor Valmir Corrêa, membro da ASL e atual presidente do IHGMS: “Lenilde é uma mulher de muita coragem, não apenas por escancarar seu talento em palavras, mas na maneira nua e crua de virar suas memórias, vivências e emoções pessoais do lado avesso (…) Lenilde é uma mulher de muitos talentos (na música, na poesia, na interpretação e outras artes) e não precisa provar isso para mais ninguém”. E sobre este emblemático livro de Lenilde Ramos, a saudosa professora e escritora Maria da Glória Sá Rosa, outro ícone da cultura sul-mato-grossense, assim afirmou em 2014: “’História sem nome’ é uma odisseia de lágrimas e risos, de permanência de valores marcados com ferro e fogo na mente dos que percorrem as suas páginas”. A poeta/escritora Raquel Naveira, a respeito desta obra de Lenilde, disse: “Cada personagem citado mereceria um livro à parte e todos juntos formam o caráter e a mundividência da autora”. Já Humberto Espíndola assegurou: “Esta obra revela a romancista que ainda não tinha surgido entre os grandes escritores regionais… Lenilde Ramos nos remete à sua infância e, por conseguinte, à Campo Grande que nos assombra a memória, quando pensamos na pequena cidade onde a linha férrea era a porta e a janela dos sonhos de seus moradores”.
A ASL: com quarenta cadeiras vitalícias, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, que foi fundada no dia 30 de outubro de 1971, integra a história do Estado e mantém ao longo da sua existência uma atuação marcante voltada para a defesa do vernáculo e o cultivo da arte literária e todas expressões artísticas, zelando e incentivando as derivações da cultura nacional e estadual. Possui sua nova sede situada na Rua 14 de Julho nº 4653, em Campo Grande. Maiores informações sobre a ASL e seus acadêmicos encontram-se no site www.acletrasms.org.br.