O cultivo de soja que fica liberado a partir desta segunda quinzena de setembro, em Mato Grosso do Sul, poderá gerar 12,3 milhões de toneladas do grão. Essa é a estimativa da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS, ao divulgar dados da safra 2022/2023, nesta sexta-feira (16). A expectativa quanto ao aumento de produção é de 41,7%, em cima da safra passada, que registrou quebra devido ao comportamento climático.
Assim como a produção, a produtividade e a área destinada ao cultivo de soja devem avançar. A produtividade poderá atingir 53,44 sacas por hectare, um aumento de 38,27% em relação ao ciclo anterior, que sofreu a irregularidade climática. Já a área segue aumentando em cima de área, antes destinadas à pecuária ou antropizadas, somando na atual safra 3,8 milhões de hectares, avanço de 2,5%.
“O produtor sul-mato-grossense teve uma frustração na safra de soja, com uma das piores estiagens que o Estado já sofreu, que conferiu aí uma produtividade abaixo das quarenta sacas. Ele vinha fazendo travas antecipadas como uma ferramenta de segurança e com a elevação dos preços dos insumos, essa trava de soja foi desfavorável para ele. Depois no Conesul do Mato Grosso do Sul, nós tivemos uma segunda safra de milho bastante desfavorável também, então a gente veio de uma safra de soja ruim, safra de milho ruim e entramos para uma segunda safra bastante dependente de capital” aponta o presidente da Aprosoja MS, Andre Dobashi.
Já para a safrinha as perspectivas são melhores, segundo Dobashi a expectativa é de um número aproximado de 10 milhões de toneladas. “Esse número deve ser revisto com o fechamento da colheita que se dá agora no final do mês, a gente acredita que um pedaço da colheita do milho vai se sobrepor a semeadura da soja, mas já temos dados bem concretos de que a safra vem acima de 10 milhões de grãos“.
Sobre custeio, o secretário a frente da Semagro MS, Jaime Verruck, explica que o financiamento vai além de somente suprir os custos altos dos insumos, mas principalmente, auxiliar o produtor a ampliar suas áreas de plantio e por isso a necessidade de linhas de créditos ainda mais robustas.
“Você tem dentro do crédito rural, linhas diferenciadas, com bônus diferenciados para fazer essa ampliação. Temos os planos voltados também para a irrigação, que tem como objetivo justamente o avanço nessas áreas com condições climáticas não tão definidas, mas que tem um grande potencial de crescimento“, enfatiza Verruck.
Para o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, as expectativas para a safra é a demonstração do trabalho que vem sendo feito pelos agricultores.
“Depois de períodos desafiadores para a agropecuária do estado, estamos diante da estimativa de uma super safra de grãos. Importante destacar que, nesse atual cenário, nossos produtores estão muito preparados, pois, cada vez mais, buscam conhecimento técnico, de gestão, de mercado e suas dinâmicas, além do investimento em tecnologia para produzir mais, melhor, com responsabilidade e sustentabilidade”, finaliza Bertoni.