Livraria Saraiva tenta novo plano de recuperação judicial

A Rede de Livrarias Saraiva está tentando aprovar um novo plano de recuperação judicial, afim de evitar a falência e a demissão de centenas de funcionários.

Atualmente, a Saraiva possui menos de um terço do total de lojas que possuía em 2017. A crise se arrasta desde 2018, quando os diretores da empresa entraram como um processo de recuperação judicial.

Livraria Saraiva – Foto: Divulgação

Sem conseguir vender seus ativos, a ex-líder do mercado de livrarias, a Saraiva deve entregar nos próximos dias mais um aditivo de seu plano de recuperação judicial, na tentativa de realizar sua assembleia com os credores, já remarcadas por diversas vezes, afim de encerrar definitivamente um mal-entendido que já dura mais de três Anos.

Aprovar esse novo plano de recuperação judicial pode ser a última ‘cartada’ dos proprietários para tentar salvar a empresa, mesmo que tenha de se desfazer de outras lojas em cidades importantes, como as capitais brasileiras.

Quando entrou em recuperação judicial, a dívida da Livraria Saraiva era de aproximadamente R$ 700 milhões.

Fontes ouvidas pela equipe de reportagem revelam que as mudanças no plano de recuperação judicial realizadas ao longo dos últimos meses são pontuais e não mudam a ideia principal.

A direção da Saraiva propõe que os credores possam optar por um deságio de 80% da dívida, com o pagamento do restante em ações da empresa, que é listada na Bolsa de Valores.

A segunda opção seria a de receber até 2048, com o início do pagamento em 2026, com juros de até 0,5% ao ano, o que não agrada os credores.

Da dívida com garantias, grande parte está com o Banco do Brasil, cerca de R$ 120 milhões. Uma parte, bem menor, está com o Itaú Unibanco.

O Banco do Brasil não se colocou contra o plano de recuperação judicial, mas suas decisões sobre esse assunto têm sido muito lentas, o que dificulta o processo para salvar a empresa da falência.

O prazo para a realização da assembleia com os credores está se esgotando e a direção da empresa não descarta a possibilidade de pedir um novo adiamento da reunião.

Fontes ligadas ao Banco do Brasil e da Livraria Saraiva disseram que o Banco do Brasil pode votar o plano a partir do dia 16 deste mês.

O Banco do Brasil também está tentando vender seu crédito na Livraria Saraiva para fundos de investimento, o que seria positivo para o plano de recuperação judicial, porque em tese ajudaria acelerar a sua aprovação.

Outra parte desta dívida está nas mãos de fornecedores, como editoras e prestadores de serviço. Há ainda os alugueis de lojas, principalmente em shoppings centers, e que ainda não foram pagas.

O acerto com esse grupo de credores, no entanto, já teria sido feito.

Caso a direção da Livraria Saraiva consiga aprovar o plano de recuperação judicial, e evitar a falência, ela poderá trabalhar com mercadorias em consignação, ou seja, expõe o produto nas prateleiras e vitrines, sem necessidade de compra. Vendeu o produto paga o fornecedor.

Com essa nova modalidade, a empresa não precisaria mais gastar desembolsar volumes vultosos do caixa para ter sortimento de produtos em suas prateleiras e vitrines.

Dados obtidos pela equipe de reportagem revelam que a Livraria Saraiva está em recuperação judicial desde 2018, com dívidas que chegam a R$ 674 milhões. Nenhum ativo da empresa foi vendido até o momento para quitar as dívidas e pagar os credores.

Na semana passada, a direção da Saraiva tentou vender um conjunto de lojas e o seu e-commerce, mas não atraiu interessados.

O futuro da Livraria Saraiva pode afetar outras livrarias brasileiras, como a Cultura, que luta para sair de sua recuperação judicial.

Com informações das Agências Estado e Brasil

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