Com bombas de efeito moral, a Polícia Militar do Distrito Federal tenta afastar os manifestantes que participam do ato contra o governo do presidente Michel Temer da área próxima ao gramado do Congresso Nacional, que foi isolada. O local é tradicionalmente ocupado durante protestos na cidade.
O tumulto ocorre na Alameda das Bandeiras, via em frente ao Congresso. Logo após chegarem ao local e tentarem furar a barreira, alguns manifestantes hostilizaram policiais que faziam a barricada, o que levou a PM a atirar bombas de efeito moral.
Segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que participa do ato, um pequeno grupo de aproximadamente 20 manifestantes atirou pedras em direção à polícia, que revidou com dezenas de bombas de efeito moral. “O pessoal da organização pediu para que as pessoas se afastassem da grade, aí a polícia começou a atirar bombas. Parece guerra de território. Isso não é polícia de segurança pública no sentido da palavra, policial que deveria primar pela racionalidade e pela serenidade para garantir o ato. Eles estão com a disposição de dispersar o ato.”
Daniela Cristina Silva, 49 anos, veio com mais dois amiigos do Rio Grande do Sul. Eles são servidores do Judiciário no estado e dizem ser contra a reforma da Previdência e a favor da saída do presidente Michel Temer.
“O protesto estava pacífico e tranquilo, aí as pessoas que estavam mais perto pediram para a gente voltar. Começamos a ver bombas e os nossos olhos arderam. A gente está com um cadeirante, eu cheguei a pedir para o pessoal da polícia parar por conta dele, ainda debocharam de mim”, afirmou Daniela.
Do alto de carros de som, lideranças sindicais pedem que os manifestantes continuem concentrados no gramado central da Esplanada, porém mais distantes do local onde ocorreu a confusão.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre a ação da Polícia Militar. Também ainda não há informações se há presos e feridos.
Convocada pelas centrais sindicais, a marcha Ocupa Brasília começou no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, no início da tarde, com caminhada até a Esplanada dos Ministérios. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, o ato reunia cerca de 25 mil pessoas no início da tarde. Os organizadores estimam a participação de 100 mil pessoas.
Texto atualizado às 14h56
* Colaborou Paulo Victor Chagas