A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) recomenda aos agricultores, por meio do professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Paulo Arbex, a manutenção frequente do maquinário utilizado no plantio da soja. Segundo o professor essa tarefa pode influenciar diretamente na produtividade da lavoura e, consequentemente, na margem na propriedade rural.
“Regulagem bem feita, máquina nivelada e ajustes no dosador que liberem a quantidade de semente e adubo podem garantir uma boa plantabilidade”, esclarece o professor. “Um embuchamento mal feito deixa a semente envelopada. O produtor não é descuidado com a máquina dele, é que a gente está alertando para os detalhes, desgaste de peças, molas, ajustes necessários. Conheço casos de lavouras em que o uso de adubo alteram de 20 a 30 quilos, em linhas diferentes, é possível contornar isso com ajustes”, destaca Arbex.
O presidente da Associação, André Dobashi, reforça o pedido de atenção por parte dos agricultores. “Em várias situações não há a necessidade de se investir a mais, a revisão do maquinário já resolve muitas das situações. É preciso prestar atenção nas regulagens, apertar os parafusos. O conceito de capricho é usado para coisas bem feitas, não precisam ser muito elaboradas, mas devem ser feitas com atenção. Assim é o plantio”.
Arbex complementa: “Sou completamente a favor de tecnologia, mas não pode passar na frente de determinados processos. O auge da tecnologia é uma semeadura inteligente. A minha alta tecnologia é conhecer cada metro da lavoura”.
O professor ainda lembra que essa manutenção é só um dos segredos da plantabilidade, que segundo ele, passa também por usar insumos de qualidade, ter atenção à dessecação e corte da palha, ter capricho na manutenção das semeadoras e monitorar rigorosamente a distribuição de sementes e adubos, assim como a velocidade do deslocamento das máquinas.
Segundo o presidente da Fundação MS, Luciano Muzzi Mendes, que participou da live, o produtor rural às vezes deixa esse fator passar desapercebido e isso pode ser um diferencial de melhoria a ser implantado. “Manutenção de máquina é um fator muito importante, que às vezes é negligenciado. Às vezes o aperto de um parafuso soluciona muita coisa”.
Muzzi alerta para a necessidade de se repassar esses conhecimentos para a equipe da Fazenda. “A plantabilidade é um dos principais setores da safra. Se eu tivesse que gastar uma ficha, gastaria na plantabilidade. É o início de tudo. Não adianta fazer perfil de solo, aplicar um bom fungicida, quando devemos nos importar mesmo, é com uma lavoura muito bem instalada”, pontua.
“Precisamos entender primeiramente o conceito da plantabilidade, estamos falando de falha, espaçamento entre plantas, emergência tardia, fatores que afetam a lavoura. Para falar que tenho uma lavoura com uma boa plantabilidade, é preciso ter números, depois de ter o número é preciso ter o controle e se perguntas: Onde estou errando? Em qual a profundidade estou plantando? Quando a gente elenca esses fatores, vamos atrás da plantabilidade perfeita”, finaliza.