A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (11) para destacar os 10 anos de criação da Lei Maria da Penha, que chegou para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
“Nos conforta saber dos avanços que a lei proporcionou no País, mas sabemos que muito ainda temos para avançar, sobretudo com relação ao machismo, que está tão entranhado em nossa sociedade”, comentou.
De acordo com números divulgados pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, de janeiro a outubro de 2015 foram mais de 63 mil casos de violência contra mulher, o que equivale a um relato a cada 7 minutos, denunciados pelo disk 180.
“O número de denúncias cresce cada dia mais, mas isso é proporcional ao aumento da coragem das mulheres em denunciar”, analisou, ressaltando que a igualdade de gêneros só será alcançada aos poucos.
“É uma conquista diária”, complementou.
Mato Grosso do Sul
Dados divulgados esta semana pela secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública apontam que Mato Grosso do Sul ainda é o nono estado do país com maior número de casos de feminicídio. São mulheres sendo assassinadas pelo simples fato de pertencerem ao gênero feminino.
O Estado também registrou aumento de 23,1% no número de denúncias de violência contra mulher no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Somente em Campo Grande, foram 1.600 casos de agressão física registrados este ano, contra 1.236 no mesmo período de 2015. Os registros de violência psicológica saltaram de 1.869 para 2.901. Já os casos de estupros caíram de 197 no ano passado para 169 neste ano, o que é uma redução estatística muito pequena.
No interior do estado, houve ínfima variação na estatística de violência física: enquanto em 2015 foram 2.758 casos, este ano 2.650 ocorrências foram registradas. O quadro da violência psicológica também apresentou poucas mudanças: foram 2.964 casos em 2015 contra 2.998 registros no mesmo período deste ano.
Mato Grosso do Sul registrou ainda 417 requerimentos de medidas protetivas a mais nos primeiros seis meses deste ano em relação a 2015, com 2.221 solicitações.
“O que os dados mostram é que, mesmo com mudanças na legislação e melhorias na rede de atendimento, muito ainda temos para avançar. É preciso ampliar ainda mais a estrutura de proteção já existente e investir cada vez mais na raiz do problema: a educação”, finalizou a deputada.