Campo Grande (MS) – “Céu de Querubins – Almas Gêmeas”, é a exposição do artista plástico sergipano Aecio Sarti que vai estar em evidência no MARCO (Museu de Arte Contemporânea). A abertura irá acontecer no próximo dia 04/02 às 19h30min. Três palestras também fazem parte programação. A exposição reúne pinturas, fotografias, poemas e projeções audiovisuais que documentam a pintura dos querubins – anjos considerados mensageiros de Deus e símbolos da justiça divina, mas que também possibilitam o encontro das almas gêmeas, na convicção do artista. Um vasto material fotográfico de Gustavo Massola e poemas de Deise Justus também fazem parte da exposição.
Transformada em tela, a lona de 12 metros de largura por 8 de altura ficou pequena para as dezenas de querubins pintados pelo artista plástico. Cobrindo a carroceria de um caminhão, a obra nesta “tela” gigante rodou as estradas do Brasil, tornou-se tema de documentário e agora ganha exposição inédita no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul (MARCO).
A obra remete aos primórdios do movimento Dadaísta consolidado nas críticas sociais e estilo do gênero artístico da Nova Objetividade (movimento artístico surgido na Alemanha em princípios da década de 1920 como reação ao expressionismo)
Este “presente da vida”, como define o artista é como um processo de renascimento, ora das artes, ora dos objetos utilitários. “A lona que nasceu utensílio virou arte na minha mão e voltou para a estrada como utensílio. O pote que nasceu arte, foi para as residências do sertão como utensílio e volta para as nossas casas, como objeto de arte. Para mim, só a vida é capaz de criar essas conexões universais”, destaca Sarti que se iniciou no mundo das artes aos 14 anos.
O artista passou a vida inteira retratando pessoas. Não há melhor maneira de conhecê-lo senão pela análise das diferentes fases pela qual atravessou sua pintura até culminar nas atuais figuras alongadas, geralmente duplicadas, desenhadas em primeiro plano sem o uso de perspectiva, sobre uma lona de caminhão usada. Seus quadros apresentam histórias, sejam elas vividas, contadas, idealizadas, ou que somente deflagram sua constante busca por novos traços, novas técnicas, novos suportes e novas maneiras de dialogar com o mundo.
Um diálogo que na tradição da história das artes agarra a ousadia da utilização e exploração de diversos materiais, no caso a lona, originados no movimento Dadaísta que este ano comemora 100 anos, com uma grande retrospectiva na cidade de Zürich, na Suíça e aprofunda as questões e críticas sociais encontradas no gênero da Nova Objetividade.
De acordo Rafael Raddi, curador da exposição, Sarti não pretende constituir um grupo artístico e sim, ser a confluência de diferentes tendências, “os trabalhos existem com a pretensão de ser apenas uma fuga pessoal, mas dono de uma evidente maturidade artística, Aecio continua desvendando-se através de suas obras, convidando-nos para entrarmos em seu mundo”, destaca Raddi.
Programação:
05/03 (sábado)
9h às 11h
A representação de Querubins e Anjos dos primórdios na Mesopotâmia até a contemporaneidade na História das Artes
Palestrante: Rafael Raddi; Historiador em Artes formado pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique na Alemanha.
13:30h às 15:30h
A Anima e o Sentimento de Pertencimento: Almas Gêmeas
Palestrante: Dr. Carlos Bernardi – Psicólogo clínico, Doutor em Literatura Comparada
16h às 17:30h
Local Anfiteatro: MARCO
O outro lado: Aecio Sarti, as lonas e as diferentes faces do amor
Palestrante: Daisy Justus – Psicanalista e escritor
Logo após a palestra será exibido o documentário “Céus de Querubins” com a presença do diretor do filme Gustavo Massola, que na oportunidade também fará um debate. O documentário de 25 minutos foi vencedor de prêmios e menções honrosas em vários festivais nos Estados Unidos, Indonésia, Rússia, Argentina e Brasil.
Serviço: A exposição „“Céus de Querubins – Almas Gêmeas” estará aberta ao público a partir de 04 de fevereiro até o dia 06 de março, de terça a domingo das 11h às 17 horas. O MARCO fica localizado na Rua Antônio Maria Coelho, 6000, Parque das Nações Indígenas. Mais informações: (67) 3326-7449.