Corumbá (MS) – “O futuro das crianças e jovens da América do Sul” foi o tema de uma Mesa Redonda realizada no Festival América do Sul Pantanal 2016. Reunindo ricas experiências, os palestrantes Carlinhos Brown, Márcia Rolon, Ivan Nogáles e Hugo de Sousa tinham em comum seus projetos de ação social realizados em comunidades de três países diferentes: Brasil, Bolívia e Paraguai. O encontro aconteceu na manhã deste sábado (12), no auditório do Sesc Porto Geral, em Corumbá.
Discutir ações com valores de ética e cidadania que estimulem a solidariedade e a cultura da paz, pode ser algo distante para quem vive tempos modernos, mas emocionou claramente quem esteve presente. “Fui sensibilizada com o que ouvi aqui hoje, cada uma dessas pessoas tem um papel de herói no meio em que vivem. Chegaram com humildade e se preocuparam com o outro, fomentaram a arte e mostraram que é possível”, relatou a jornalista Márcia Brambilla.
Márcia Rolon é idealizadora da Escola de Artes Moinho Cultural Sul-Americano, projeto de inclusão sociocultural que, através de dança e da música, atende hoje 350 crianças e adolescentes dos municípios de Corumbá, Ladário/MS, e das cidades bolivianas de Puerto Suarez e Puerto Quijarro. Durante sua fala destacou a inspiração que um dos palestrantes presentes, o teatrólogo Ivan Nogáles, teve em sua vida. “Ivan foi a primeira referência que despertou meu olhar para a América do Sul, por causa dele conheci a Bolívia e outros países do continente e abri meu coração para arriscar o portunhol e conhecer nossa cultura latina”, lembrou Márcia Rolon.
Para o mediador do debate, o jornalista Rodrigo Teixeira, mesmo com a semelhança dos convidados e seus projetos, cada um tem seu jeito ímpar de executar ações. “Temos aqui presente pessoas de lugares diferentes que trabalham com a mesma matéria prima, se assim posso dizer. Mas cada um tem sua localidade com realidades e formas diferentes de conduzir o processo”, apontou.
O músico Carlinhos Brown contou um pouco sobre atuação no projeto “Pracatu”, que surgiu da necessidade de profissionalizar uma comunidade na Bahia e buscar alternativas para melhorar a qualidade de vida.Depois deixou sua mensagem àqueles que, assim como ele, desejam transformar vidas. “Quando fazemos ações sociais, não fazemos para sair dizendo e mostrando a todos, somos produtores da arte servindo a comunidade, não para dar audiência aos outros e a si mesmo”, alertou. Ou, como diz o ditado popular e bíblico: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita”.