Considerada a maior feira agropecuária e industrial da região fronteira, a Exporã – Exposição Agropecuária de Ponta Porã correu o risco de não ser realizada este ano, devido à instabilidade da economia sentida por todos os setores produtivos no país.
As dificuldades da organização foram comentadas pelo presidente do sindicato rural, Jean Paes, durante a solenidade de abertura nessa sexta-feira (4), que teve a presença de produtores rurais, autoridades e moradores da região. De acordo com ele, a decisão de enfrentar o desafio e viabilizar a 42ª edição do evento foi a partir das orientações dos produtores rurais responsáveis pelas primeiras feiras do município.
“Como um bom filho segue os conselhos dos pais, ouvimos as pessoas que começaram tudo isso, produtores que há 40 anos acreditaram nesse trabalho com recursos e tecnologia bem menores e aqui estamos. Sabemos que muitas coisas boas que Ponta Porã desfruta atualmente é resultado de iniciativas apresentadas nessas feiras. Por isso, na crise nós redobramos o trabalho: dormimos mais tarde e acordamos mais cedo. Sejam todos bem-vindos”, afirmou na mensagem de abertura.
A determinação dos organizadores e o desempenho do sindicato rural em realizar a 42ª Exporã foram parabenizados pelo presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, que destacou o potencial produtivo conquistado pelo município nos últimos anos.
“Quem diria que Ponta Porã, que tinha terras específicas para a pecuária, hoje ocuparia a segunda posição no ranking de produção de soja do Estado! A partir da introdução de novas tecnologias e de parcerias tão importantes com a comunidade científica, como Embrapa e Fundação MS, hoje o município exibe a produção de 580 mil toneladas do grão, registrada na safra passada. O município é uma referência e a decisão de realizar a feira, mesmo com a instabilidade do país, mostra mais uma vez o perfil empreendedor do homem do campo, que trabalha por dias melhores”, destacou.
O esforço da organização também foi pontuado pelo secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Lamas.
“A iniciativa de enfrentar esse período difícil que estamos vivendo e realizar a maior feira agropecuária da fronteira é louvável e, certamente, trará bons resultados, assim como hoje Ponta Porã colhe as boas iniciativas realizadas há 40 anos, quanto tudo começou”, disse.
O evento também foi prestigiado pelo Chefe-Geral da Embrapa Gado de Corte, Cléber Oliveira, que reforçou os resultados promissores da região.
“Ponta Porã é um município referência de Mato Grosso do Sul na diversificação da economia, que tem mostrado os patamares positivos alcançados a partir do investimento em tecnologia e em parcerias científicas. É uma região que nos motiva a pesquisar ainda mais”, afirmou.
O prefeito, Ludimar Novais, contextualizou os números do PIB 2015, divulgados na última semana, para falar da importância da agropecuária para todo país.
“Os dados do PIB mostram o quanto a situação do Brasil poderia estar pior, caso não fosse a agropecuária e, por isso, é uma alegria termos a Exporã, que nos mostra o potencial do setor e possibilita a realização de bons negócios para nosso município”.
A solenidade teve a participação, ainda, do presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto; da presidente do Sindicato Rural de Ivinhema e Novo Horizonte e vice-presidente regional da Famasul, Edy Elaine Biondo Tarrafel; do presidente do Sindicato Rural de Amambai, Ronan Nunes; do presidente do Sindicato Rural de Bela Vista, Leandro Mello Acioly; e do diretor tesoureiro do Sindicato Rural de Caracol, Antônio Ferreira dos Reis.
Homenagem
A cerimônia de abertura também fez homenagens a importantes personalidades de Ponta Porã que contribuíram com a história da feira agropecuária, assim como do município. Dentre elas, a Homenagem Póstuma à senhora Albaniza Vieira Marques. A placa foi entregue pelas autoridades aos três filhos da produtora rural.