O Museu da Imagem e do Som de MS, unidade da Fundação de Cultura do Estado, abre ao público no dia 19 de abril de 2023, próxima quarta-feira, às 19 horas, a exposição de nove obras do artista Humberto Espíndola que fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea. A exposição “MARCO visita o MIS – Humberto Espíndola” é uma homenagem da FCMS ao renomado artista no mês em que completa 80 anos de vida.
As nove telas da exposição fazem parte da história e da cultura sul-mato-grossenses. Oito delas, pintadas em 1978, fazem parte da série “Divisão de Mato Grosso”. “Sempre atento a sua terra, Espíndola não deixou passar o episódio da Divisão de Mato Grosso sem um registro histórico para a iconografia de nossa cultura: sua série de oito
obras abordando o assunto na época do fato político é o único documento plástico, constituindo-se em preciosa raridade para a cultura sul-mato-grossense […]”, diz Adélia Menegazzo, (2007, p. 3, apud Revista Raído, Dourados, MS, v. 5, n. 10, p. 171-190, jul./dez. 2011).
Segundo a pesquisadora da UFMS Catia Mendes Pereira, “na década de 60, o artista plástico influenciado pela Pop Art buscava um tema que retratasse o estilo de vida mato-grossense. E então percebeu que o estilo de vida local era um estilo rural, baseado na agricultura e na bovinocultura. Nessa época, muitos que viviam em Campo Grande não entenderam a proposta da “Bovinocultura” e chegaram a crer que ela pudesse ser uma crítica do artista ao estilo de vida local, mas estavam enganados. Na verdade, Humberto Espíndola, por meio da figura do boi, buscou tecer uma crítica aos generais, à ditadura militar, que teve início em 1964, e ainda discutir as fronteiras da animalidade e da humanidade”.
A professora Maria da Glória Sá Rosa afirmou que “a bovinocultura de Humberto Espíndola decorre do olhar atento do artista às configurações ambientais de um Estado em que o eixo econômico gira em torno da Pecuária, geradora de fartura e de desigualdade social. Primeiro artista a projetar nacionalmente o Estado, sua obra é a mais perfeita metáfora de MS, pela abordagem lírica de uma iconografia rica de sentidos. A pintura assume estatuto de objeto material num trabalho em três dimensões, que condensa o volume, as cores os cheiros, as impressões tácteis do universo do boi”. ((ROSA, 2009, p. 113-114, apud BESSA-OLIVERA e NOLASCO, Revista Raído, Dourados, MS, v. 5, n. 10, p. 171-190, jul./dez. 2011).
As obras que farão parte da exposição no MIS são: O nascimento de MS, O Sopro, Pecus e Pecúnia discutem a Divisão, Cidades Rivais, O Arcebispo, Dividire per multiplicare, Eterna saudade, O Passeio do general. Vale a pena conhecer mais um pouco da nossa história contada pelas tintas do artista Humberto Espíndola. A entrada é franca!
Para Max Freitas, Diretor Presidente da FCMS, “é muito importante homenagearmos nossos artistas e Humberto Espíndola é um expoente da nossa cultura, algumas de suas peças que hoje fazem parte do acervo do MARCO estarão em exposição, elas contam em cores e desenhos a história da nossa terra e uma fase importante para nosso estado, vale muito a pena contemplar cada obra de arte que será exposta”.
O Museu da Imagem e do Som fica no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro. Mais informações pelo telefone: (67) 3316-9178.