A atual representante da beleza brasileira titulada Embaixatriz da Beleza 2017 quebrou o silêncio existente no universo miss e opinou sem interferências de opiniões externas sobre a ditadura da beleza nos concursos.
Em uma geração marcada pelo empoderamento ainda se nota entre as mulheres a dificuldade de assumir uma opinião contraria da que é celebrada nos certames mundo a fora.
O impacto da influência das misses na sociedade gera um ‘conflito de realidades’. A questão simples e muito discutida por sociólogos é: O quão prejudicial é a imposição de padrões de beleza afim de escolher somente eles como conjuntos únicos de exclusivas características belas?
O universo miss vem atualizando a abordagem sobre a temática, mas poucas misses possuem autorização para exporem as suas opiniões. Renatta Ayalla desafiou as regras que nunca a definiram e revelou o que pensa sobre a busca pela perfeição, sobre a imposição de um padrão estético e sobre a ditadura da beleza nos concursos.
“As regras dos concursos de beleza favorecem a imposição de um ou de vários padrões estéticos, que por fim excluem outros perfis, e por isso é chamado de ditadura da beleza. Regras que vetam circunferências, silhuetas curvilíneas, estatura média e baixa são claramente opressoras. Devemos passar a nos perguntar quem as misses representam. Mulheres brasileiras, em sua maioria, possuem acima de um 1,70 de altura? Estamos apresentando uma beleza que os concursos internacionais impõem, mas sabemos que essas características físicas não fazem parte da genética nem da metade da população feminina”.
Levantar a bandeira do empoderamento feminino na maioria das vezes parece simples contando com tantos veículos de informação disponíveis hoje. Mas quando essa bandeira é erguida por uma representante da beleza – que possui diversos títulos – a dificuldade em disseminar a opinião é atrelada a censura e a negação do universo miss.
“No mundo miss, o qual tenho propriedade, o limite do culto ao corpo e a beleza é quando excluem pessoas e as proíbem de participarem de concursos e eventos por não se adequarem aos padrões estéticos impostos. As consequências são diversas, quando uma pessoa é excluída da sociedade ela pode desenvolver diversos distúrbios psicológicos. A própria obsessão a aparência e estética é um distúrbio pertinente a ditadura da beleza”, esclarece a miss que defende a mudança dos regulamentos e propõe um novo propósito aos concursos.
A opinião de uma representante que vivenciou diversas disputas e conquistou títulos de beleza pode ser lida e interpretada como hipócrita, mas segundo Renatta sua função como miss é promover novas ideias, e fazer a diferença. “A mulher que é eleita miss deveria representar sua cultura, sua nação, a beleza da pluralidade da estética brasileira, e não somente um padrão. Eu sempre representei todas. Sempre falei por todas. Sempre me vi como uma miss diferente, exatamente por não fazer apenas o papel que me foi dado, mas por fazer a diferença lembrando que no meu País a beleza é no plural”, afirma.
Parabéns! Reafirmo, você é essencial em tudo que trabalha.
Renatta Ayalla tem um futuro promissor. Trabalhar com essa modelo é uma experiência extraordinária.