O relatório internacional “The International Tropical Timber Organization (ITTO)”, conhecido mundialmente por ser uma fonte confiável de informações sobre o mercado da madeira, aponta para uma valorização da madeira de Mogno Africano ao longo dos anos, e principalmente em 2024. O preço da madeira exportada no mercado internacional da espécie em lâmina por metro cúbico subiu de 1.762 euros em abril de 2023 para 2.052 euros, no mesmo período deste ano, representando aumento de 16%.
O levantamento tem como base o país de Gana, na África Ocidental, que possui os números desta madeira comercializada pelo setor. Neste ano, o crescimento foi acelerado em apenas quatro meses, tendo em vista que em janeiro o valor era de 1.575 euros.
Além da valorização do formato em lâmina, o preço da comercialização internacional da madeira de Mogno Africano seca ao ar livre cresceu de 599 euros, em abril do ano passado, para 846 euros em junho deste ano. Esse aumento pode ser atribuído a uma combinação de fatores, como aumento da demanda em mercados específicos, mudanças nas políticas comerciais globais e condições econômicas que impactam diretamente no preço da madeira.
O Mogno Africano
A árvore Mogno Africano é exótica e sua madeira é considerada nobre. A matéria-prima oferecida por ela é altamente valorizada no mercado, e pode atender a demanda para: indústria moveleira, produção de painéis, escadas, portas, instrumentos musicais, construção civil, peças ornamentais de luxo e indústria naval.
O nome “Mogno Africano” é genérico para as espécies de árvores do gênero Khaya. As mais conhecidas são Khaya senegalensis e Khaya grandifoliola/ivorensis. O porte da planta é elevado e sua casca é espessa.
No Brasil, o cultivo ainda é recente e por este motivo ainda não há números concretos sobre o setor. No entanto, o cenário tem se mostrado lucrativo. De acordo com as projeções realizadas para o investimento em uma floresta de 6 hectares de Mogno Africano no Polo Florestal administrado pelo Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), estima-se que possa gerar um lucro de cerca de R$ 10 milhões.
O gerente comercial do (IBF), Gilberto Capeloto, explica a trajetória: “A espécie é comercializada desde o século 20, mas no Brasil ainda é recente, e a estimativa é de que já existam cerca de 50 mil hectares de Mogno Africano no país. O mercado é promissor, e tem atraído investidores até mesmo de outros países. No IBF, mantemos um Polo Florestal com 4.400 hectares de áreas sob gestão, em Pompéu, cidade de Minas Gerais. Aqui cultivamos o Mogno da melhor forma, tendo em vista que o clima e o solo são ideais, além de contar com alto investimento em tecnologias e profissionais qualificados para fazer o manejo da floresta”.
Por se tratar de um investimento em ativo físico, muitos ainda têm dúvidas sobre como fazer parte. Capeloto explica que, no caso do Polo Florestal do IBF, o investidor compra um lote de terras ofertado pelo Instituto e contrata a condução da floresta e a entrega das árvores. Toda a parte de preparo de solo, plantio, manejo e corte são realizados pelas equipes especializadas, e ao final do ciclo de crescimento, que acontece entre 17 e 20 anos, a madeira pode ser comercializada.
“A madeira pode ser vendida de diversas formas: em pé, ou seja, enquanto ainda está na forma de árvores vivas, sem ter sido cortada ou extraída do solo. Outra opção é em tora, onde a árvore já foi cortada, mas ainda não foi processada em pranchas ou outros produtos finais. Por último, a madeira serrada, que passa pelo processo de corte em pranchas ou tábuas de diferentes dimensões e espessuras, conforme as necessidades específicas de uso. No Polo Florestal, as estimativas de retorno sobre o investimento consideram o cenário da venda da madeira em pé”, conclui o gerente comercial.