MS é o terceiro estado em incêndios por curto-circuito

Mestre e coordenadora de Engenharia Elétrica da Anhanguera alerta sobre cuidados com a rede elétrica residencial.

O incêndio ocorrido nesta terça-feira na residência de uma família no Parque do Lageado, em Campo Grande, chama a atenção sobre os perigos que a falta de manutenção na instalação elétrica pode provocar. A tragédia tem como principal hipótese um curto-circuito.

Mato Grosso do Sul registrou 38 incêndios gerados por curto-circuitos, em 2017. Atrás de São Paulo e Paraná, o Estado ocupa a 3ª posição em ocorrências desse tipo, de acordo com o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) sobre Acidentes de Origem Elétrica.

Na avaliação da coordenadora de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Marcela Onizuka, os dados alertam para a necessidade de vistoria periódica na rede doméstica. “Na maioria das vezes, o curto-circuito é resultado de uma sobrecarga que acaba gerando um superaquecimento e derrete a proteção dos fios. Desencapados, eles podem encostar um no outro e produzir faíscas, dando início a chamas, ” esclarece.

Outro alerta destacado pela engenheira eletricista, é que toda a instalação elétrica de uma casa deve ser realizada por profissionais qualificados. “Esse trabalho não deve ser executado por amadores para não colocar a segurança dos moradores em risco. Um projeto de elétrica residencial possui um circuito de proteção dimensionado, com diversos recursos, como disjuntores ou fusíveis, que desligam em sinal de sobrecarga”, complementa a professora.

Imóveis antigos merecem atenção redobrada, pois as instalações não foram preparadas para receber tantos eletrônicos. “Pode haver uma sobrecarga, curtos-circuitos e acidentes elétricos, pois na época em que foi instalado, o projeto não previa o uso de tantos equipamentos modernos, como computadores, celulares, entre outros produtos”, informa Marcela.

Mestre em Engenharia Elétrica, a professora compartilha outras recomendações sobre o assunto:

Tomadas – O uso de benjamins, adaptadores e réguas para conectar diversos aparelhos ao mesmo tempo pode sobrecarregar a capacidade do ponto de acesso de energia e sua fiação interna. Verifique, também, se a tomada possui manchas pretas ou algum sinal de queimado, isso é um forte alerta de que pode haver sobrecarga no local.

Vale lembrar, ainda, que nessa época de férias, com mais pessoas em casa, o número de equipamentos eletrônicos conectados em mesmo ponto pode aumentar, por isso, fique atento e tente evitar essa situação.

Disjuntor – Com a finalidade de proteger uma instalação elétrica, esse componente de painéis de distribuição de energia residencial desarma automaticamente quando há sobrecarga. Se isso acontece constantemente em sua casa, é sinal que algo está errado e precisa de averiguação de um profissional. Jamais substitua o disjuntor por uma versão de maior capacidade sem que haja reestruturação de todo o circuito.

Fios – Confira se há cabos de energia com a parte interna exposta (sem isolamento) ou em más condições. Sem proteção, o fio desencapado pode representar um perigo de acidente ou choque. Preste atenção, também, se há algum aquecimento ou parte derretida. Caso o problema tenha sido encontrado procure um profissional especializado, pois a fiação deve ser trocada. Nunca utilize equipamentos que apresentem qualquer defeito no cabo.

Chuveiro – Antes da instalação, o principal cuidado é checar se o fio que passa pela parede está de acordo com a potência do equipamento.

“Faça uma revisão completa em casa para conferir o estado dos fios, tomadas e lâmpadas. Antes de um acidente acontecer, na maioria dos casos, sempre há sinais de que algo está errado, como cheiro de queimado ou disjuntor desarmando. Por isso, a manutenção rede elétrica é de extrema importância”, conclui a coordenadora de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Marcela Onizuka.

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