A transex Marcela Porto, a Mulher Abacaxi, fez bastante sucesso no funk carioca em uma época que não havia trans ou drag queens no cenário da música no Brasil. Ela inclusive chegou a gravar um DVD da Furacão 2000 e pertencer ao casting da produtora.
“Fui uma das percursoras. Hoje tem várias cantoras trans e drag queens. A Pabllo Vittar, por exemplo, está fazendo o maior sucesso. Mas foi eu que abri as portas para todas elas”, afirma a artista.
Mas Abacaxi não tem rixa e torce para que todas as cantoras da diversidade façam sucesso. “Torço muito para que todas estejam no topo das paradas. Quanto mais representatividade tivermos melhor”, afirma.
Assim como Pabllo, Marcela se considerava uma drag queen. Só se vestia como mulher para se apresentar nos shows que fazia. A transformação definitiva só aconteceu há quatro anos.
“Resolvi me assumir como mulher depois de uma viagem que fiz pela Europa, onde me apresentei em alguns países de lá. Antes dizia para a minha família que só virava mulher para fazer os shows. Quando desembarquei no Rio vinda da Europa, toda montada, eles tiveram um choque, mas hoje me aceitam“, conta ela.
Apesar de já está há anos no universo musical, a maior parte da renda de Marcela, que nasceu Bruno Souza, é obtido com a sua empresa que administra uma frota de sete caminhões em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.