A oportunidade, associada à falta de controles, cria um ambiente fértil para furtos internos nas empresas. Segundo levantamento do Instituto Provar/FIA (Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração) aponta que os furtos e fraudes realizados por funcionários causam um prejuízo anual de R$ 2,2 bilhões ao varejo brasileiro, ou seja, R$ 70 a cada segundo.
O multi-empresário baiano Figueiredo Gel afirma que as pequenas e médias empresas tem maior dificuldade para controlar a ação de funcionários desonestos, pois costumam ter menor rigidez nas relações profissionais: “O dono de um restaurante ou pequeno varejo tem a tendência de tratar a equipe como uma grande família, e nem cogita desconfiar dos subordinados, o que abre brechas e oportunidades. Levantamentos apontam que negócios com menos de cem funcionários registram perda média quatro vezes maior que as grandes companhias”, avalia Figueiredo Gel.
Como gestor, Figueiredo Gel avalia que os meios disponíveis para evitar furtos em qualquer negócio não são infalíveis, mas podem reduzir consideravelmente os prejuízos e ocorrências: “é impossível tocar uma empresa sem ter alguém em quem você precisa depositar confiança, delegar cargos de confiança. Mas existem boas práticas que adotei nas minhas empresas e que podem ser tomadas para minimizar e evitar desvios”.
Tomando como exemplo uma de suas empresas de seu conglomerado, uma transportadora, Gel enumera boas práticas que podem ser tomadas para evitar furtos na empresa:
1- Não deixar os motoristas andarem com dinheiro em espécie.
Sempre deixamos com os motoristas os valores correspondentes aos gastos que terão, mas damos preferência para vouchers, tickets e meios eletrônicos. Quanto menos dinheiro em espécie na mão dos funcionários para resolver coisas da empresa, melhor.
2- Abastecimento somente em postos credenciados, que a empresa tem cadastro e que emitem boletos
Para evitar notas frias, desvios diversos e esquemas, nossa frota somente abastece em postos credenciados, que emitem fatura, nota fiscal e boletos diretamente para nossa empresa, com a discriminação exata dos gastos.
3- Não deixar motoristas acertarem frete.
Nossos motoristas preocupam-se em fazer aquilo para que foram contratados, e não delegamos a eles funções como acerto de frete e combinar negócios adicionais. Isso evita que haja acréscimos e diferença entre o preço informado ao cliente e o cobrado. Motoristas não recebem dinheiro e não fazem acertos, para evitar tais desvios.
4- Serviço sempre em oficinas credenciadas e de preferência na mesma cidade da sede da empresa.
Para termos mais controle, os reparos são feitos somente em rede credenciada pela empresa, e enviam suas faturas diretamente para nós, com exceção de casos como, por exemplo, se o caminhão quebrar em outra cidade, pois aí é mais viável consertar lá do que pedir guincho até a sede da empresa.
5- Usar o Sem Parar, em vez de dinheiro para o pedágio
Mais uma prática que evita que os funcionários andem com dinheiro, pois os valores de pedágios vão ser cobrados diretamente com a empresa.
6 – Rastreador em toda a frota.
O rastreador nos mostra em tempo real aonde o veículo está, e temos o controle total de frota, que até nos permite bloquear o veículo em caso de perda ou roubo. É uma excelente ferramenta de gestão.