Todos os anos, com a aproximação dos festejos de Carnaval, retorna à Mídia o discurso de alerta para os riscos da combinação álcool e direção. Apesar de cansativa, a repetição é inevitável e necessária. A mais brasileira das festas populares é sinônimo de alegria e consumo de álcool.
Não custa relembrar que a legislação é categórica. Dirigir sob o efeito de bebida alcoólica é crime, independente da quantidade ingerida. Mesmo assim, muitos motoristas insistem em desrespeitar o bom senso, dirigindo embriagados.
Beber não depende apenas de uma questão de foro íntimo, de escolha pessoal. Na medida em que afeta a capacidade de dirigir (e criar riscos para outros), o conflito álcool X direção torna-se uma questão coletiva. Assim, a condição básica para a convivência responsável é: não beba se for dirigir.
Não são as ações de fiscalização que determinam o compromisso do motorista com o respeito à vida. Dirigir sem consumir bebidas alcoólicas é uma questão de responsabilidade, não de oportunidade. O certo é não beber e não fugir das fiscalizações.
A recomendação não visa apenas evitar multa e perda de pontos na carteira. Não dirigir sob o efeito de álcool é uma questão ética. O motorista alcoolizado pode provocar acidentes (o que não é raro) e colocar em risco a sua vida e as vidas de outros.
Na BR-163/MS, temos registrado várias ocorrências em que o consumo de álcool aparece entre as hipóteses de causas prováveis. Em muitos desses casos, os acidentes provocaram mortes ou ferimentos graves, além de traumas irreparáveis para as famílias envolvidas.
Como operadores da rodovia e cidadãos, nos sentimos indignados diante dessa tragédia evitável. É preciso impedir a repetição desse comportamento inconsequente no trânsito. O motorista irresponsável é inimigo de todos os usuários.
Sempre é bom lembrar. O consumidor de álcool acha que sabe quando parar. Mas ao ingerir bebidas alcoólicas, é difícil saber exatamente qual é a hora de parar, uma vez que a primeira função comprometida pela bebida é a capacidade crítica.
É um grande engano daqueles que falam que cerveja, por exemplo, é uma bebida “fraca”. Não existem bebidas alcoólicas fracas ou fortes, e sim quantidade de álcool ingerido. Uma cervejada é sempre um grande risco para quem vai dirigir.
Outro equívoco é achar que um banho gelado ou e café forte interrompem os efeitos da ingestão de álcool. O café é estimulante, mas não muda o estado de embriaguez. E a água fria apenas ajuda a “despertar”, porém, os efeitos do álcool permanecem inalterados.
Na BR-163/MS estamos atuando para conscientizar os condutores de veículos com distribuição de mais de 50 mil folhetos com dicas de comportamento seguro. Além disso, vamos promover ações educativas em conjunto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Nessas ações, para chamar a atenção de quem dirige, distribuiremos bafômetros educativos.
A PRF, por sua vez, intensificará as ações para fiscalizar comportamentos inseguros, inclusive com a utilização de etilômetros (bafômetros aferidos pelos órgãos oficiais), cumprindo com rigor o que determina a lei.
Cabe a você fazer sua parte. Não beba se for dirigir. E proteja-se dos maus motoristas. Não deixe a pessoa que está ao volante consumir bebida alcoólica. Não aceite carona de pessoas que beberam e que se consideram aptas para dirigir. Se for sair e consumir bebidas alcoólicas, procure uma alternativa de transporte seguro, como carona, ônibus ou táxi.
Continuamos insistindo: Beber com responsabilidade é beber e não dirigir.
(*) Keller Rodrigues é engenheiro civil especializado em engenharia e segurança rodoviária e gestor de Interação com o Cliente da CCR MSVia
Fonte: Sato Comunicação