O mineiro Bemti encerrou o ciclo do seu primeiro disco, “era dois”, com vários êxitos: foram dezenas de shows em nove estados e fora do país; cinco videoclipes; diversas listas de melhores discos de 2018 na mídia especializada, e as mais diferentes parcerias e projetos paralelos. A concepção do segundo álbum, intitulado “LOGO ALI” e selecionado no edital Natura Musical de 2019, começou no último ano e o resultado começa a chegar agora.
Antes de março deste ano, Bemti estava imerso na composição de um segundo disco sobre “o afeto na iminência do apocalipse”. Só que o “apocalipse” estava realmente logo ali e o disco se transformou: o que era projeção virou realidade. O artista conta que algumas músicas, anteriores à pandemia, se mantiveram, mas ganharam significados mais fortes. Algumas novas surgiram e outras deixaram de fazer sentido.
Além disso, uma das preocupações principais do artista é refletir sobre o turbilhão que estamos vivendo sem que isso soe datado daqui a pouco: “Quais questões são atemporais nesse contexto? Qual é o “fardo tropical” de estarmos vivendo um Brasil sob um governo como esse durante a pior crise sanitária dos últimos 100 anos? E viver e amar no meio disso tudo. E fazer isso sendo uma pessoa LGBTQIA+ em um Estado declaradamente homofóbico. É muito”, reflete Bemti.
Hoje, dia 26 de novembro, o artista chega com o single inédito “Catastrópicos!”, que considera ser um ótimo cartão de visitas para a expansão lírica e estética do disco “LOGO ALI” em relação ao seu disco de estreia. Bemti dialoga com Jaloo sobre um arranjo grandioso que é ao mesmo tempo dançante e complexo, com uma estrutura que brinca com as expectativas do ouvinte. A letra reflete sobre catástrofes, mas oferece um abraço, um carinho e um sonho de um tempo em que estaremos todos dançando juntos novamente. Um rico encontro dos universos que os dois artistas e suas raízes – mineiras e paraenses – representam.
A viola caipira de 10 cordas segue como base e o disco, como um todo, será um universo expandido de experimentações, estilos e temas. A produção do álbum fica por conta de Luís Calil (Cambriana) – que também produziu o “era dois” – e de Pedro Altério (5 a Seco). Em “Catastrópicos!” vale destacar o arranjo de cordas da violista Kinda Assis (Teko Porã) e o inusitado AutoHarp tocado por Leonardo Marques (Transmissor, Ilha do Corvo).
“Eu espero que as pessoas se surpreendam! Foi um processo bem intenso me perguntar o que eu queria como primeiro single num momento tão adverso pelo qual ninguém está passando ileso: eu queria uma música que refletisse o que a gente viveu esse ano, mas que não ficasse restrita a ele. Uma música que tivesse um caráter otimista sem ser cínica e que mostrasse uma evolução sonora que realmente constrói a partir da fundação do primeiro disco. Me inspirei muito em segundos discos que eu amo, como “Bon Iver, Bon Iver”, “grae” do Moses Sumney; “Atlas”, da Baleia, “Under the Iron Sea” do Keane e “Chris”, de Christine and the Queens, sempre pensando em como dosar bem a balança entre todas essas coisas sem deixar de lado o mais importante: que as pessoas queiram escutar no repeat, dançar e se conectar com essa e outras músicas no fim das contas”, completa.
“Catastrópicos!” chega com um vibrante clipe estrelando Bemti e Jaloo sob a direção do duo Doma02, dos diretores mineiros Fábio Lamounier e Rodrigo Ladeira, reconhecidos por projetos como a publicação Chicos, de visibilidade LGBTQIA+. Além disso, ambos receberam, recentemente, os prêmios de Melhor Direção e Melhor Videoclipe, no Los Angeles Brazilian Music Video Festival por “Pedrinho”, de Tulipa Ruiz (co-dirigido por Pedro Henrique França). A produção audiovisual para “Catastrópicos!” foca nas sensações evocadas pela letra e na interpretação dos dois artistas.
A música já está disponível em todas as plataformas digitais: https://ditto.fm/catastropicos.
Assista ao videoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=GTP6lv_GTTI.
Bemti foi selecionado por Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura de Minas Gerais (LEIC), ao lado de Mostra iMune, Sara não Tem Nome e Malta (Mulheres da América Latina reunidas pelo Tambor), por exemplo. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para 122 projetos de música até 2019, como Fernanda Takai, Lô Borges e Meninos de Araçuaí.
“A música propõe debates pertinentes, que impactam positivamente na construção de um mundo melhor. Acreditamos que os projetos selecionados pelo edital Natura Musical podem contribuir para a construção de um futuro mais bonito, democrático e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Acompanhe o artista: https://www.instagram.com/bemtii/