No Dia do Bombeiro e do Combatente de Incêndio Florestal, SOS Pantanal apresenta relatório das brigadas pantaneiras

Documento analisa os resultados de 2020 a 2022, cobrindo o impacto das atividades de prevenção, combate e controle do fogo na região da Bacia do Alto Paraguai

São Paulo (SP) – O Instituto SOS Pantanal apresenta nesta quinta-feira, 4 de maio, no Dia Internacional do Bombeiro e do Combatente de Incêndios Florestais, o relatório “Ações do Manejo Integrado do Fogo do SOS Pantanal: Programa Brigadas Pantaneiras e Atividades Emergenciais”. O relatório, referente aos anos de 2020 a 2022, é um importante registro do processo de prevenção, preparação e resposta aos incêndios nas áreas de atuação das Brigadas Pantaneiras (BPAN), na região da Bacia do Alto Paraguai, detalhando informações como tipo de vegetação, áreas de proteção, incidência, recorrência e impacto das queimadas naturais ou criminosas.

Barra Mansa – Foto: Divulgação

Localizado entre os estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS), o Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Nesta região rica em biodiversidade já foram encontradas mais de 4.700 espécies. Embora seja uma área de imensa riqueza biótica, contrapõe este cenário o avanço da degradação ambiental por meio do plantio de monoculturas, pequenas centrais hidrelétricas, mineração e incêndios florestais

A partir de 2020, o SOS Pantanal esteve comprometido na resposta ao maior incêndio já registrado no bioma, por meio da implementação gradual do Manejo Integrado do Fogo (MIF). E o resultado de todo esse esforço foi a criação do programa Brigadas Pantaneiras, que tem por princípio a valorização dos envolvidos na prevenção de incêndios em larga escala, o respeito à cultura local, a proteção e conservação da biodiversidade, o embasamento técnico do manejo integrado do fogo, a formação e empoderamento de mulheres, a educação ambiental e a recuperação de áreas degradadas.

Desde seu início, o BPAN tem o apoio fundamental do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Ibama PrevFogo, especialmente na realização dos treinamentos e na integração para rápida resposta.  Atualmente, o programa cobre uma área de 655.377,68 hectares (917 mil campos de futebol) em 24 regiões na Bacia do Alto Paraguai. Segundo o relatório, suas ações, somadas a outros esforços da sociedade civil e do poder público, resultaram em grande redução das taxas de incêndio e na área de queimada. As brigadas também são responsáveis pelo monitoramento, pelo planejamento, pela qualificação e estruturação das comunidades pantaneiras para prevenir e combater o fogo descontrolado.

Apa da Baía Negra Mansa – Foto: Divulgação

O relatório, que estará disponível no site do Instituto SOS Pantanal (www.sospantanal.org.br) a partir de 4/5, aponta a redução de cerca de 88% de área queimada em suas áreas de atuação. Apesar dos incêndios continuarem a existir, a diminuição destes permitem a recuperação de áreas degradadas pelo fogo, assim como a proteção de áreas poupadas. O documento evidencia a necessidade de investimentos em tecnologias de monitoramento, do aumento da capacitação e disseminação de conhecimento entre as comunidades locais, além de projetos de recuperação de áreas atingidas pelos incêndios.

O que é Manejo Integrado do Fogo (MIF)

O MIF é um modelo de planejamento e gestão que conecta aspectos ecológicos, culturais, socioeconômicos e técnicos estabelecendo instrumentos, diretrizes e regulamentos que visam orientar, prevenir e combater os incêndios florestais. O MIF reconhece a utilização do fogo em práticas dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e, por isso, deve ser integrado às políticas ambientas para que seja reduzida a incidência de focos de fogo pela ação humana. O planejamento prevê a capacitação e formação de brigadas voluntárias.

Desde o início do programa o SOS Pantanal já despendeu o total de R$ 2.912.6868,16 em custos para a realização das ações de prevenção e combate. O instituto também alocou 12 tanques pipas, 2969 equipamentos de proteção individual, 941 equipamentos de combate e ferramentas e apoiou a realização de 36 cursos de formação de brigadas (432h de conhecimento fornecidos sobre combate e prevenção aos incêndios). Durante o ano de 2022, com a criação da rede de monitoramento, foram gerados 368 alarmes de fogo e 180 boletins meteorológicos.

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