Novo CEO da Jeep quer produção local e cogita Avenger no Brasil

Antonio Filosa trocará Betim (MG) por Michigan

O presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, assumirá como CEO global da Jeep em 1º de novembro e disse nesta sexta-feira (20) que seu objetivo à frente de uma das principais marcas do grupo será fazê-la crescer “organicamente” e sem perder seu público tradicional.

Antonio Filosa, novo CEO global da Jeep (Foto: Ansa)

Antonio Filosa, novo CEO global da Jeep (Foto: Ansa)

Com uma casa recém-comprada no sul da Bahia, o executivo foi convocado pelo CEO da Stellantis, Carlos Tavares, para trocar Betim (MG) por Michigan, nos EUA, mas deixou claro que continuará frequentando o Brasil, onde a Jeep encabeça um importante polo automotivo em Goiana (PE), a cada dois meses.

“A minha missão global é crescer organicamente, balanceando rentabilidade e volume, e fazer isso agregando valor à marca”, disse Filosa durante coletiva de imprensa online. “Foram eixos adotados no Brasil e na América do Sul que vou perseguir globalmente”, acrescentou.

Filosa assumirá o lugar de Christian Meunier, que vai se concentrar em projetos pessoais, e será substituído como presidente da Stellantis na América do Sul pelo também italiano Emanuele Cappellano, que já teve uma longa passagem pelo grupo e atualmente é dirigente da empresa de óculos Marcolin.

No entanto, Filosa será presença frequente na fábrica de Goiana, planta responsável por iniciar a produção de veículos Byo-Hybrid, conjunto de tecnologias que misturam eletrificação e motores flex, no Brasil, em 2024.

Além disso, a Jeep estuda fabricar em Goiana o Avenger, primeiro modelo 100% elétrico da montadora.

“Não me parece uma ideia ruim”, destacou o presidente. Outra hipótese seria produzir uma versão elétrica do Jeep Renegade, veículo já consagrado no gosto do brasileiro.

Durante a coletiva, Filosa contou que foi pego de surpresa pelo convite para assumir a Jeep. “Eu tinha acabado de comprar uma casa no sul da Bahia e estava instalando o Wi-Fi”, afirmou o executivo.

Segundo ele, o primeiro desafio será “proteger o core” da marca, que conta com uma comunidade de clientes que a “veneram” e são apaixonados pela natureza, para depois alcançar “mercados novos”.

Na América do Sul, a Jeep apostará na produção local durante seu percurso de eletrificação, em detrimento de importar veículos já prontos. “Nós queremos dar empregos a brasileiros e argentinos, queremos mais fornecedores brasileiros e argentinos. Não quero pensar em um futuro onde o Brasil se desindustrializa”, ressaltou Filosa.

O executivo deixa o cargo de presidente na América do Sul com o grupo na liderança do mercado na região, com uma participação que passou de 16,7% para 23,8% em cinco anos, período que incluiu a transição de Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a Stellantis, com a fusão com o grupo PSA.

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