Com a confirmação dos primeiros casos do novo coronavírus no Brasil os cuidados devem ser redobrados. Apesar de especialistas classificarem que o vírus tem baixa letalidade na população em geral, ele não deve ter o mesmo comportamento em obesos mórbidos, que são considerados um dos principais grupos de vulnerabilidade, ao lado de pessoas com doenças respiratórias e outras comorbidades. O médico Cid Pitombo, especialista no tratamento da obesidade e coordenador do Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro faz um alerta para a necessidade de atenção especial desses pacientes.
“Muito se fala do cuidado para idosos e crianças, mas estamos esquecendo dos obesos. Obesidade apresenta, sabidamente, maior risco a epidemias de gripes e isso já foi comprovado nas epidemias do vírus influenza e H1N1“, afirma Pitombo. “É essencial que pacientes obesos tenham consciência de que são um grupo de maior risco para a doença“.
Evitar a transmissão do novo coronavírus exige cuidados simples no dia a dia, especialmente a forma correta de lavar as mãos e maneiras de espirrar e tossir. A higienização das mãos e de superfícies são fundamentais. “A contaminação se dá por gotículas (que são liberadas através de espirros, tosse e fala), por isso o vírus pode estar em qualquer superfície. Por isso, é recomendável portar álcool 70 para limpar prontamente as mãos antes de encostar em áreas como olho, nariz e boca“, aconselha. “A higienização ideal pode ser feita com água e sabão ou álcool gel“.
Para os obesos em tratamento, importante redobrar os cuidados quando precisarem ir a clínicas e hospitais, onde circulam pacientes com outras doenças.
“Não temos estudos ainda sobre a relação direta com o coronavírus, mas como o comportamento é similar em muitos aspectos ao das gripes de outros vírus a relação de risco parece inevitável. Obesidade tem relação direta com imunossupressão, ou seja, menor poder de reagirmos a doenças. Obesos, além disso, tem menor resposta a vacinas de gripe, hepatite e tétano, por exemplo“, afirma.