O Agronegócio, as Concessões e a COVID-19

Arrison Szesz – Foto: Arquivo Pessoal

Desde março de 2020, o Brasil e o mundo vêm sofrendo com os impactos da COVID-19 e ainda mais com as incertezas econômicas que estão por vir. Porém, uma certeza é absoluta: o Agronegócio está e vai continuar minimizando os efeitos negativos na economia em nosso país.

Somente em abril, o Brasil exportou mais de 17,2 milhões de toneladas de soja em grãos. Este volume é próximo ao dobro do que o Paraguai produziu na safra de 19/20. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações vêm contribuindo para que a receita do Agronegócio brasileiro supere recordes. Em março, pela primeira vez, as receitas do mês alcançaram US$ 11,6 bilhões.

Até os porões dos navios, estes grãos utilizam uma complexa logística que envolve diferentes modais, sendo o principal e mais importante o rodoviário. Por que mais importante? A resposta é simples, pois a maior malha disponível em nosso país é a rodoviária, por consequência a mais utilizada, presente desde a porteira da fazenda até a entrada nos portos.

Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2019, em 59% da extensão das rodovias avaliadas, o estado geral apresenta problemas. Problemas estes que contribuem em um aumento médio de 28,5% no custo operacional do transporte. Em rodovias com pavimento em péssimo estado de conservação, esse acréscimo chega a ser de 91,5%, ainda segundo a CNT. Porém, em rodovias concedidas 97,6% dos trechos avaliados apresentaram uma classificação do estado geral entre ótimo, bom e regular.

As principais rotas de escoamento de grãos apresentam trechos concedidos, como por exemplo o corredor de exportação para os Portos do Sul (Paranaguá/PR e São Francisco do Sul/SC), com as rodovias BR-163/MS, BR-376/PR e BR-277/PR, administradas pela CCR MSVia e CCR RodoNorte, respectivamente.

As Concessões estão diretamente ligadas aos recordes do Agronegócio, pois contribuem com a qualidade dos serviços oferecidos nas rodovias que são concedidas. Prova disso é a necessidade de que as cargas em transporte na rodovia cheguem de forma contínua aos terminais portuários, pois, se faltarem cargas, os carregamentos dos navios poderão ser paralisados.

Os atendimentos destas rodovias são rápidos e eficientes, sejam eles preventivos ou até mesmo emergenciais, nos casos de desobstruções de pistas para liberação do tráfego, uma vez que longas interrupções podem comprometer a chegada dos grãos ao destino. Essas rodovias oferecem atendimento gratuito e ininterrupto 24 horas por dia. Ou seja, as Concessões reduzem os gargalos logísticos e o custo de transporte.

Rodovia BR-163 em Mato Grosso do Sul – Foto: Sato Comunicação

Neste período de COVID-19 o setor de transporte enfrenta novas dificuldades. Segundo a Pesquisa de Impacto no Transporte COVID-19 da CNT (1ª Rodada), além da redução de demanda, as empresas transportadoras enfrentaram outros entraves à sua operação. Um deles foi a dificuldade para encontrar serviços de apoio ao caminhoneiro, apontado por 38,8% dos entrevistados. Na contramão dos problemas, as concessionárias ampliaram sua prestação de serviços, disponibilizando mais recursos para aliviar as dificuldades dos motoristas profissionais.

Dentro do corredor de exportações de grãos para os Portos do Sul a CCR MSVia e a CCR RodoNorte otimizaram suas bases operacionais em pontos de apoio aos caminhoneiros, distribuíram kits de alimentação e higienização, multiplicaram os atendimentos de orientação, treinaram suas equipes para os atendimentos específicos ao COVID-19, além de ações de mitigação do contágio do vírus.

Ao analisarmos o cenário atual, temos a convicção de que os recordes são resultados da eficiência no nosso Agronegócio em sinergia com os propósitos e prestação de serviços das Concessões. Concluímos que, se aumentarmos os investimentos nas rodovias brasileiras, com certeza superaremos mais rapidamente os impactos da COVID-19 em nossa economia. Porém, só será possível por meio do maior esforço do Governo Federal em acelerar os programas de Concessões.

(*) Arrison Szesz é formado em Direito e é gerente de Administração de Contrato de Concessão da CCR MSVia. Trabalha há 11 anos em rodovias concedidas em Estados que influenciam a produção e movimentação de grãos.

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