O dia 25 de outubro de 2019 entrará para a história do abastecimento na maior cidade brasileira e sua Região Metropolitana, pois foi a data de publicação de dois decretos decisivos para o setor: o primeiro, da Presidência da República, determinou a privatização da Ceagesp e desativação de seu velho e obsoleto Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP), na Vila Leopoldina; o segundo, do governo paulista, autorizou a construção de acessos dos centros de abastecimento alimentar a rodovias classe zero, ou seja, as radiais, que ligam a capital às várias regiões do Estado.
A partir das duas importantes medidas, o Novo Entreposto de São Paulo (NESP), projeto da iniciativa privada, ingressa em sua fase definitiva de obras. Está sendo implantado no bairro de Perus, em área de 1,6 milhão de metros quadrados, para atender com eficácia ao movimento diário da comercialização de hortifrutigranjeiros e pescados. Sua primeira grande vantagem é a eficiência logística e agilização dos fretes, pois se localiza em ponto estratégico da malha de transportes, próximo às rodovias Anhanguera e Bandeirantes, à qual será diretamente ligado, e ao Rodoanel Mário Covas.
A posição privilegiada e suas modernas e amplas instalações permitem que receba caminhões maiores. Hoje, o chamado bitrem não consegue entrar no centro de Vila Leopoldina CEAGESP. Além disso, a logística de distribuição será reorganizada, com grande ganho de eficiência, de modo que caminhões menores façam as entregas nas áreas urbanas, diminuindo muito as rotas que atravessam a cidade. Número expressivo de caminhões será retirado das ruas, com melhoria do trânsito e atenuação das emissões de poluentes. Ademais, os custos da movimentação de mercadorias deverão ser reduzidos.
O NESP será um dos mais modernos entrepostos do mundo, a começar pelo Sistema de Logística Integrada. Todos os boxes estarão conectados a uma central, que gerenciará a entrada e saída de produtos, de maneira ágil, prática e eficiente. Outros avanços são referentes aos Sistemas Integrados de Identificação e a Central de Caixas (rastreabilidade, higienização, padronização). O Big Data também estará presente. Com o cruzamento dos dados, será possível encontrar diversas soluções e alternativas logísticas.
Haverá, ainda, uma plataforma de e-commerce, inclusive com aplicativos, e um sistema de pregão eletrônico exclusivo para compras de órgãos públicos. No tocante à infraestrutura, o novo entreposto intensificará o uso de energias renováveis e contará com estações próprias para tratamento de água e esgotos. Os boxes terão controle total sobre os gastos de água e luz, por meio de painéis computadorizados, que realizam medições do consumo em tempo real, podendo, inclusive, controlar o quanto se quer gastar.
As instalações serão amplas, funcionais e confortáveis para todos os que lá trabalharão. Oferecerão totais condições de higiene e infraestrutura ao trabalho dos produtores e comerciantes e o atendimento a feirantes, varejistas, restaurantes, bares, hotéis, quitandas, sacolões, supermercados e todos os que compram alimentos no entreposto para fazê-los chegar à mesa das famílias.
O NESP proporcionará todos esses avanços e ainda oferecerá melhor condição de fiscalização sanitária, de higiene e condições dos alimentos, responsabilidade que continua sendo do Poder Público, pois é intransferível. No tocante aos preços das mercadorias, nos quais não há intervenção do Estado, continua prevalecendo a velha e irrevogável lei da oferta e da procura, mas dentro de uma expectativa de redução dos custos operacionais, em decorrência de todos os aspectos anteriormente abordados.
São Paulo terá um entreposto de primeiro mundo, compatível com o abastecimento da maior cidade brasileira e um dos maiores conglomerados urbanos do Planeta!
*Sérgio Benassi é permissionário na CEAGESP e presidente do Novo Entreposto de São Paulo (NESP)
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