Em um mundo onde o afeto muitas vezes é confundido com sacrifício, é comum vermos pessoas se moldando para agradar o outro em uma relação. À primeira vista, pode parecer um ato de amor, de cuidado. Mas, quando o desejo de agradar ultrapassa os próprios limites e valores, o que era carinho vira submissão — e o que era amor, vira anulação.

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A sutil armadilha do “ser o que o outro quer”
No início de um relacionamento, é natural querer impressionar. Rimos das piadas, vestimos o que o outro gosta, assistimos a séries que jamais veríamos sozinhos. Até aí, tudo bem. O problema começa quando isso deixa de ser uma escolha momentânea e vira um padrão. Quando, para manter o outro por perto, você vai se apagando aos poucos, mudando sua essência, abandonando sonhos, opiniões e vontades.
Perder a si mesmo não é amar
Amar não deveria significar deixar de ser quem você é. Relacionamentos saudáveis são aqueles em que ambos crescem juntos, sem abrir mão de suas individualidades. Quando alguém sente que precisa se transformar em outra pessoa para ser aceito ou amado, é sinal de que há um desequilíbrio.
Essa tentativa constante de agradar gera insegurança, ansiedade e até crises de identidade. Você passa a viver em função do outro, tentando prever o que ele espera, com medo de desagradar, e esquecendo que, no fim das contas, quem não te aceita como você é, talvez não esteja pronto para um amor verdadeiro.
O medo da rejeição: o que está por trás disso?
Muitas vezes, o impulso de se moldar vem do medo da rejeição. Carências emocionais, traumas passados e baixa autoestima podem fazer com que a pessoa acredite que, sozinha, não é suficiente. Daí surge a necessidade de se adaptar, de se encaixar em qualquer molde — mesmo que esse molde machuque.
Mas vale lembrar: não é amor se você precisa desaparecer para que ele aconteça.
Como romper esse ciclo?
- Autoconhecimento: Quanto mais você se conhece, mais difícil é abrir mão de si mesmo.
- Autoestima: Trabalhar o amor-próprio é essencial para entender que você merece ser amado por quem é.
- Diálogo: Converse com seu parceiro. Relacionamentos precisam de transparência.
- Limites saudáveis: Saber dizer “não” também é uma forma de amor.
- Procure apoio: Terapia é uma ferramenta poderosa para quem deseja se fortalecer emocionalmente.
- Conclusão
Relacionamentos não devem ser campos de batalha onde vencem os mais adaptáveis, mas sim parcerias onde ambos se sentem livres para ser quem são. Moldar-se para agradar o outro pode até manter uma relação com Capital Sexy por um tempo, mas nunca vai sustentar um amor verdadeiro e duradouro. Ame com presença, com entrega — mas nunca à custa da sua essência.