Pesquisas no setor de construção civil mostra que cerca de 90% dos profissionais apontam as condições meteorológicas (raios, chuvas e ventos fortes) como fatores que influenciam no atraso das obras. As estações meteorológicas são muito importantes nas operações a céu aberto, pois fornecem dados mais precisos que aumentam o ganho operacional. A construção civil e a mineração são exemplos de setores que possuem atividades constantemente expostas a condições de tempo severo, principalmente nas áreas de planejamento, operação, segurança e meio ambiente.
Para o conhecimento das condições atmosféricas locais, temos como solução a utilização de estações meteorológicas, que permitem análises mais precisas e o refinamento do monitoramento do tempo nas regiões onde elas estão instaladas.
Mas afinal, o que é uma estação meteorológica?
Trata-se de um equipamento que registra as variáveis meteorológicas de um local, num determinado momento. Esse registro é possível devido aos diferentes instrumentos e sensores presentes nas estações. Os dados observados são armazenados no datalogger, que é um sistema de aquisição e registro de dados, e posteriormente são processados e transmitidos através de uma conexão telefônica ou de internet.
Dentre os principais instrumentos e sensores presentes nas estações meteorológicas estão:
1) Anemômetro: Instrumento que mede a direção e velocidade do vento, podendo indicar, por exemplo, para qual lado o vento está carregando os poluentes emitidos por uma empresa;
2) Pluviômetro: Instrumento que mede o volume de chuva acumulado, podendo servir como base em diversos relatórios de estudo de recorrência ou de diários de obras, para pleitear prazos;
3) Higrômetro: Sensor que mede a umidade do ar, podendo auxiliar no controle do nível de conforto térmico dos equipamentos e funcionários;
4) Termômetro: Instrumento que mede a temperatura do ar, permitindo o controle do nível de calor.
Existe alguma diferença entre as estações meteorológicas? Sim!
No mercado temos dois tipos principais de estações meteorológicas: a automática e a convencional.
A estação automática, também conhecida como plataforma de coleta de dados (PCD), é uma torre com vários sensores automáticos que medem as variáveis meteorológicas locais. Esses sensores estão conectados a uma unidade de memória central que armazena, processa e transmite os dados. Atualmente é possível encontrar estações meteorológicas completas em um único dispositivo integrado.
Essas estações são muito utilizadas em canteiros de obras e minas a céu aberto, a fim de coletar dados da região para justificar atrasos e entender melhor o Climalocal. As informações observadas são armazenadas em um banco de dados, que alimentam modelos meteorológicos e permitem aos meteorologistas a realização de análise das condições atuais. Para empresas que possuem estações meteorológicas, é possível ajustar os modelos meteorológicos através de inteligência artificial (IA) e gerar previsões mais assertivas para a área monitorada.
Figura 1: Estação Meteorológica Convencional (esquerda) e Automática (direita), do Instituto Nacional de Meteorologia.
A estação convencional realiza a medição das variáveis meteorológicas por meio de diversos instrumentos. Alguns deles expostos ao ar livre e outros dentro de um abrigo meteorológico, pois precisam evitar a luz solar e ter ventilação adequada. Este tipo de estação possui um custo elevado e são utilizadas no setor público, sendo na maioria das vezes instaladas em locais fixos, distantes de obras e empresas.
A Climatempo, empresa líder em meteorologia na América Latina, conta com uma plataforma que reúne dados meteorológicos de mais de 7 mil estações espalhadas pela América do Sul. No mapa abaixo, observamos as estações presentes no SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo), que além da visualização do dado da última hora, permite o acesso ao histórico passado de uma região pré-determinada. Empresas que possuem uma consultoria meteorológica contam com apoio técnico para a escolha de equipamentos ideais, que atendam melhor às suas necessidades.
Figura 2: Exemplo do mapa do SMAC, contendo a camada de estações meteorológicas públicas e dos parceiros da Climatempo.
Como destaque, as informações mais buscadas pelos setores de construção e mineração são os dados de chuva e vento. Isto porque são dados relevantes para garantir a segurança da operação, minimizar o tempo de parada das atividades, além da sua utilização no preenchimento de relatórios, diários de obra, elaboração de laudos meteorológicos ou como justificativas em caso de paralisação, mudança no planejamento e manutenções.
*Camila Brasiliense, Head do Setor de Construção e Mineração.