Apesar de algumas pessoas ainda acreditarem que cultivar plantas é uma atividade que nem todos conseguem exercer, a jardinagem caseira é algo que tem cada vez mais conquistado corações e ganhado novos adeptos. Além de ser um hobby para muitos, é uma prática que também pode ser muito prazerosa e trazer diversos benefícios para a rotina de quem se dedica.
Marcos Estevão Feliciano, engenheiro agrônomo da Forth Jardim, empresa especializada em produtos para cuidados com plantas, fez um levantamento dos erros mais comuns que costumam acontecer na jardinagem caseira e como evitá-los.
1 – Substrato inadequado
Inicialmente, é necessário entender que há uma diferença entre terra e substrato. Apensar de ambos terem a mesma finalidade: servir de base para plantar ou replantar as plantas em vaso, existem algumas particularidades que os diferenciam.
A terra comum pode ser retirada da natureza, porém dependendo de sua origem, pode trazer pragas ou doenças, como fungos bactérias, nematoides ou ervas daninhas, o que influencia o desenvolvimento das plantas. Já o substrato é livre desses problemas, pois passa por um processo de compostagem, sendo considerado mais “limpo”, livre de pragas e doenças.
Sobre a escolha do substrato, algumas plantas preferem que sejam mais aerados e drenantes, outras que eles sejam mais úmidos e menos drenantes. A definição sempre deve levar em consideração a espécie que está sendo cultivada e suas necessidades.
2 – Intensidade de luz
É de conhecimento de todos que a luz é um fator de extrema importância para as plantas. Principalmente por ser essencial no processo de fotossíntese, que produz a energia necessária para que a planta cresça e se desenvolva.
Além disso, a intensidade de luz que sua planta recebe também importa, pois tanto o excesso quanto a falta de luz podem prejudicar o seu cultivo, dependendo de qual seja a espécie. Há plantas: de sol pleno, meia sombra e sombra.
A luz solar direta pode queimar as folhas de algumas plantas, no caso das espécies que necessitam de luz indireta, por exemplo. Por isso é importante entender qual a necessidade da que você cultiva, a quantidade de luz que é a mais adequada e por quantas horas no dia.
3 – Quantidade de água
Algumas plantas sofrem com a falta, outras com o excesso. E para saber a quantidade ideal de água para ela, uma boa referência que pode servir como ponto de partida é entender a sua origem, qual era o habitat natural dela: um local mais seco ou mais úmido.
Vale também considerar outros fatores como: a quantidade de luz que a sua planta recebe, se ela se encontra em um local aberto ou fechado e até mesmo as estações do ano, que podem exigir adaptações, sendo necessário regar com uma frequência maior ou menor.
Além disso, é importante também lembrar que dependo da fase que a planta se encontra, isso pode exigir que ela consuma mais água.
Mas atenção, se por um lado a falta de água pode prejudicar o desenvolvimento e até levar a planta à morte, em alguns casos o excesso de água também pode causar problemas como apodrecimento da raiz e o surgimento de fungos.
4 – Porte da planta
Assim como nós, as plantas também são seres vivos e ao longo de sua vida vão se desenvolvendo e crescendo. E conforme isso vai acontecendo automaticamente elas vão precisar de mais espaço.
Principalmente para as plantas que são cultivadas em vasos, este é um ponto de atenção, pois conformem elas forem crescendo há a necessidade de que ela seja transplantada para vasos maiores. A falta de espaço não só pode impedir que sua planta cresça de forma saudável, como em casos mais extremos também podem acabar levando à sua morte.
5 – Mistura de espécies
Para quem gosta de cultivar plantas e tem várias espécies diferentes, muitas vezes é comum aproveitar o mesmo canteiro, jardineiras ou vasos para acomodar mais de uma espécie. Essa é uma prática comum para quem gosta de cultivar temperos em casa e, por não dispor de muito espaço, os concentra em um mesmo local.
Não há problemas em manter o seu cultivo dessa forma, no entanto, é importante escolher plantas com necessidades semelhantes para evitar competição por cuidados e até a eliminação de uma pela outra. Vale reforçar que em alguns casos inclusive, dependendo das plantas escolhidas, uma pode até complementar a outra e ambas se desenvolverem de forma saudável.
6 – Adubação incorreta
Além de água e luz, que são essenciais para o cultivo de qualquer espécie, é muito importante saber que as nossas plantas também precisam se alimentar. É por meio da adubação que nós fornecemos todos os nutrientes que elas precisam.
Há diversos tipos de fertilizantes disponíveis no mercado e as diferenças deles vão desde o tipo de nutrientes que cada um oferece, até o formato e maneira de atuação dele. Eles podem ser orgânicos, minerais, de formato farelado, granulado, líquido, de liberação lenta, sendo que a escolha do mais adequado também vai de acordo com cada espécie, a fase que a planta se encontra e sua necessidades naquele momento.
De modo geral, é recomendado pensar em adubar a planta pelo menos há cada 30 dias. Mas a frequência também vai variar de espécie para espécie, assim como também durante algumas estações. Durante o verão e a primavera a necessidade de adubação costuma ser mais frequente e durante a fase de crescimento e/ou fase de floração, elas necessitam de mais nutrientes.
Do mesmo jeito que a falta de adubação pode prejudicá-las, o excesso também pode ser um problema. Por isso, deve-se levar em consideração os tipos de nutrientes que o adubo utilizado oferece, pois, sua planta pode ter algum problema pela quantidade excessiva de algum destes nutrientes.