Os Alquimistas e Jerry&Barbados esquentam o público do Som da Concha neste domingo

Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Campo Grande (MS) – O som da banda Os Alquimistas e de Jerry Espíndola e banda aqueceram o público que foi prestigiar o Som da Concha deste domingo (21) na Concha Acústica Helena Meirelles. O pessoal foi se juntando e se aquecendo para curtir o som das bandas, que não decepcionaram e conseguiram agitar a plateia.

A abertura ficou por conta de Os Alquimistas. Os irmãos Leota (piano) e Perin (vocal e contrabaixo) e o amigo Boloro (baterista) se juntaram para fazer um som totalmente autoral. Mas nem sempre foi assim. A banda existe há três anos e começou fazendo cover dos Mutantes, The Beatles e outros artistas que eles gostam. “A parte autoral estamos começando a desenvolver agora. Temos oito músicas nossas. Pensamos que uma banda que faz cover é só uma banda, a gente quer influenciar as pessoas com nosso som”, diz Perin.

Banda ‘Os Alquimistas’ no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Banda ‘Os Alquimistas’ no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Ele e o irmão Leota fazem faculdade de Música na UFMS e hoje vivem totalmente dos shows que fazem. A música é o que os move. “Quando eu escuto algum de um artista eu fico encantado e quero causar esse mesmo sentimento nos outros. A música é de todos e ao mesmo tempo é bem pessoal. A gente escuta muito música. Não somos fechados, tentamos absorver tudo. A gente escuta o que a gente curte. Gostamos de lambada e polca”.

A banda está lançando suas músicas autorias na internet, de forma independente. Perin diz que até música ruim os inspira. “Só pela atitude da pessoa fazer uma música já é alguma coisa. Sendo autoral já é uma música, mesmo que não seja boa. O mercado fonográfico não é só criação, é também produção, atitude. A gente tenta tirar alguma coisa disso”.

‘Jerry Espíndola & Banda’ no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

‘Jerry Espíndola & Banda’ no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

É a primeira vez da banda no Som da Concha. “Por mais que esteja frio a galera veio mesmo assim. Acho que curtiram. É uma experiência muito boa, muito gostosa. Fomos muito bem tratados. Agora só queremos tocar em todo lugar”.

Logo depois subiu ao palco Jerry&Barbados, com a maturidade musical de quem há décadas potencializa e inova a música regional. Jerry & Barbados é também uma banda nova, mas com músicos experientes. Ela apresenta o novo trabalho do cantor e compositor Jerry Espíndola, investindo forte em ritmos brasileiros, latino-americanos, e boas pitadas de regionalismo contemporâneo/polka rock. Formada por Jerry (voz e guitarra), Rodrigo Teixeira (contrabaixo), Alex Kundera (bateria), Júlio Queiroz (teclados) e Dhonattas Oliveira (guitarra), a banda fez neste Som da Concha o quarto show desde sua formação.

Jerry Espíndola começou sua carreira em 1982, e já são quase 35 anos de estrada. Para ele, música é parceria. “Tocar com outras pessoas é muito bom sempre. No meu primeiro show 70 pessoas assistiram. Nossa música hoje chega mais longe. Internet é tudo pra gente”.

Evangelina e Joselita no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Evangelina e Joselita no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Sobre tocar no Som da Concha, ele diz ser uma experiência muito boa. “O Som da Concha é o projeto mais importante para a música regional. É um alto astral enorme. É um projeto importante para qualquer artista. O clima estava frio mas o público estava quente. A galera que veio esquentou”.

No meio desta “galera” estava os estudantes Jonathan Vinícius Gonzalez da Silva, de 16 anos, e sua amiga Suellen Alfaro de Araújo, de 20. Suellen vem para o parque todo domingo e hoje “carregou” seu amigo Jonathan para o Som da Concha. “Nós não conhecemos os artistas, mas achamos bacana o Som da Concha, que apresenta vários estilos de som”.

Matheus Souza, de 19 anos, veio com seus amigos passear no parque e “descobriram que ia ter música”. ”Eu vim atrás das ruivas [1º Encontro das Ruivas de MS, que aconteceu na Concha antes do show], mas já tinha acabado o encontro e aí decidi ficar. Venho sempre que posso ao Som da Concha. O projeto beneficia todo mundo, tanto as bandas que tocam quanto a população. Dá oportunidade para todo mundo expor suas ideias. A música induz a seguir uma tendência. O novo é muito bom”.

As turistas paulistas Evangelina Fernandes e Joselita Santiago estão conhecendo Campo Grande e vieram em busca de apreciar artistas locais. “Viemos a Bonito e queríamos conhecer Campo Grande, por isso decidimos ficar alguns dias na cidade”. Elas viram a faixa do Som da Concha perto do Sesc Horto. “A nossa intenção é conhecer coisas da região”, diz Evangelina. “A cidade é bonita, as pessoas são agradáveis e este parque é maravilhoso. Lugar muito gostoso e a cidade é bonita e limpa”, diz Joselita.

Marinete e Rodrigo no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

Marinete e Rodrigo no Som da Concha em Campo Grande (MS) – Foto: Edemir Rodrigues/FCMS

O casal Marinete Souza da Silva (cabeleireira) e Rodrigo Otavio Brandão (vendedor) notaram o movimento de carros na entrada do parque que vai para a Concha Acústica e decidiram ficar para o show. “Eu fui levar minha filha e vi o movimento. Eu conheço o Jerry Espíndola, mas não conheço a outra banda. Escuto muita música. É diferente do sertanejo, do funk. O Som da Concha é uma forma de os artistas novos serem mais conhecidos, e para os artistas de renome, lembrar do passado. Os novos de hoje podem fazer tanto sucesso quanto os que estão aí. Acho que devia tocar mais esse tipo de música nas rádios, para sair um pouco do funk”.

Pelo projeto Som da Concha 2016 vão passar 36 bandas até janeiro do ano que vem. São shows realizados com intervalo de duas semanas entre as apresentações, sempre aos domingos, na Concha Acústica Helena Meirelles, que fica no Parque das Nações Indígenas. A entrada, como sempre, é franca.

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