Você convive com Adolescentes em casa ou conhece alguém na família que está neste período, e precisa saber mais sobre a puberdade? E métodos contraceptivos nestas idades, sabe quais são os mais indicados? A informação correta e apoio dos pais é essencial nesta fase, por isso confira as informações da Dra. Vanessa Chaves Miranda, ginecologista e obstetra da Unimed Campo Grande, que esclarece tudo sobre o assunto e ainda comenta a respeito da gravidez indesejada.
Puberdade, quando se inicia?
Dr. André Luis Alonso Domingos- Urologista da Unimed Campo Grande
Nos meninos a Puberdade tem início assim que ocorre o aumento do tamanho dos testículos, aparecimento de pelos pubianos e quando a voz começa a engrossar.
Dra. Vanessa
Já nas meninas esta fase se inicia de forma equivalente a dos meninos, só que em órgãos sexuais femininos. Geralmente o primeiro sinal é o crescimento de pelos pubianos, surgimento do botão mamário e a alteração de cheiro, pois a menina começa a ter mais odor e mudanças no suor.
Além disso, é normal que este período comece nas meninas a partir dos nove anos, e é considerado precoce quando se inicia abaixo dos nove.
Contraceptivo
Dra. Vanessa
O método ideal para adolescentes é aquele que não dependa dele para lembrar. Hoje o recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é para que se utilize métodos de longa duração. Não é recomendado, como primeiro método contraceptivo, pílula, pois é costume do adolescente não se lembrar de tomar o medicamento.
Hoje, no Brasil, existem três métodos: o DIU de cobre, que dura 10 anos, o DIU hormonal, que é menor, com menos hormônio e dura cinco anos, e os implantes hormonais, que são usados no braço, duram três anos e podem ser colocados na adolescente antes do início da vida sexual.
Para pacientes que não têm plano de saúde, o Governo Estadual aprovou o protocolo de métodos de longa duração e incluiu as adolescentes para usar, pelo governo. Então em todas as cidades de Mato Grosso do Sul já tem isso liberado. Precisa, claro, passar por uma consulta, mas há a possibilidade de colocar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) este tipo de método.
Mito
Dra. Vanessa
Adolescente tem medo de engordar. Hoje temos anticoncepcionais com uma dosagem hormonal muito baixa. Existem pílulas para adolescentes, com dosagens baixas, que não interferem no ganho de peso, celulites, estrias, mudanças no corpo ou bloqueio de crescimento.
Fatores positivos
Dra. Vanessa
Há muitos fatores positivos no uso de anticoncepcional. Ocorre a diminuição da endometriose, o que é um problema na adolescência, diminuição a chance da ocorrência de cistos ovarianos, e há melhoras no trato reprodutivo.
Trombose
Dra. Vanessa
Realmente, o anticoncepcional via oral está relacionado ao aumento do risco de trombose, já o implante e o DIU, não, tanto que é usado em pacientes que tem antecedente familiar, pois neles possuem apenas a progesterona, e é o estradiol, o estrogênio, que aumenta o risco de trombose.
Curiosidade
Dra. Vanessa
Outra dúvida recorrente é a questão de mulheres que por muito tempo usaram anticoncepcionais e têm medo de não conseguirem engravidar. O que acontece é que às vezes a pessoa, por exemplo, tomou o medicamento dos 15 aos 30 anos, mas neste período não houve tentativas pra engravidar. Apenas quando se iniciam as tentativas que se descobre o fator de dificuldade.
Gravidez indesejada
Dra. Vanessa
Mais ou menos 40% das gestações não planejadas acontecem em adolescentes, e o risco de morte nesta faixa etária, durante a gestação, é quatro vezes maior do que em um não adolescente. Por isso a importância de se trabalhar a conscientização acerca deste tema com o próprio adolescente e com a família.
Precisa de autorização?
Dra. Vanessa
Se a adolescente quiser utilizar um método contraceptivo, não precisa da autorização dos pais. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pela SBP, pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), a adolescente tem direito à sua privacidade durante a consulta a partir dos 14 anos.
Recado da médica
Dra. Vanessa
Precisamos nos despir dos preconceitos. É importante que os pais, enquanto pais, se distanciem do que acreditam para o que é melhor para os filhos. O ideal é sempre conversar sobre esses assuntos e deixar o adolescente entrar em contato com informações, deixando que se aproximem de dados corretos.