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Um estudo recente realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) identificou os hábitos dos brasileiros relacionados ao controle de gastos. De acordo com o estudo, quase metade (45%) da população afirma não fazer um controle efetivo do próprio orçamento.
Para Roberto Ferreira, professor de Economia do Centro Universitário dos Guararapes (UniFG), esse comportamento é comum em muitos países onde a educação financeira não é priorizada, situação que ocorre no Brasil. “As pessoas passam por toda a educação básica sem estudar o assunto. O resultado disso é um país em que as pessoas se tornam adultas sem ter a menor noção de conhecimento financeiro, algo que se perpetua ao longo da vida”, afirma o economista.
Até mesmo aqueles que conseguem controlar os gastos sentem dificuldade em realizar a tarefa, segundo a pesquisa. “No Brasil, existe uma cultura de não controlar os gastos depois que as contas do mês foram pagas”, diz Roberto Ferreira. “Por conta disso, as pessoas não criam reservas financeiras, e costumam se endividar mais pois não estão preparadas para gastos de emergência”.
Outra consequência da falta de educação financeira é atrelar o salário aos créditos do cartão e do cheque especial. “O brasileiro tem tendência a gastar muito mais do que ganha. Ele não gosta de ter limites quando o assunto é dinheiro. No longo prazo, isso pode ser muito prejudicial”, avalia o professor.
Para o economista, quem deseja ter um maior controle do orçamento precisa, em primeiro lugar, criar o hábito de registrar os gastos diários para identificar como o dinheiro está sendo gasto e identificar aqueles que podem ser revistos. “Com um planejamento financeiro adequado, é possível controlar melhor o próprio dinheiro e diminuir as chances de endividamento”, afirma.
