Para monitorar lavouras, profissionais percorrem MS diariamente há 8 anos

Equipe do Siga MS, da Aprosoja/MS, mapeia situação das lavouras em MS há 8 anos. – Foto: Divulgação

Acordar quando ainda é noite, passar horas na estrada todos os dias, enfrentar temporais em vias precárias, correr perigos diversos, estar longe da família, percorrer até 1.500 quilômetros por semana. Tudo isso faz parte do cotidiano da equipe do Siga MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), composta por quatro técnicos em agropecuária e três engenheiros agrônomos que dão vida ao projeto de monitoramento de safra criado e mantido pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul).

Nascido em 2009, o Siga MS é uma ferramenta indispensável para o acompanhamento da produção local, já que levanta informações estatísticas e dados georeferenciados das culturas de soja 1ª safra e milho 2ª safra. São sete homens que vão a campo diariamente para conversar com produtores rurais e acompanhar a produção em 93% da área total usada para a agricultura em Mato Grosso do Sul.

Desafios

A atividade desses profissionais guarda desafios muitas vezes desconhecidos. “Talvez, entre as maiores barreiras que enfrentamos, esteja o perigo do cansaço e a exposição que sofremos nas estradas. Rodamos de 1.200 a 1.500 quilômetros por semana. Por causa do cansaço, já perdi o controle do carro e saí da pista”, conta Robson Ribeiro Rodrigues, de 30 anos, que faz parte do Siga MS há um ano e oito meses.

“Outra vez, o pneu estourou, não tinha acostamento na estrada e um caminhão estava colado em mim, o perigo era grande. Tive que andar uns 200 metros até conseguir sair da rodovia. Não é fácil”, completa.

Na época de chuvas o perigo parece aumentar e existem áreas onde não é possível entrar. “É comum ver até mesmo carros maiores, como caminhonetes e caminhões, ficando pelo caminho, atolados. Além disso, nos períodos de plantio e de colheita, ainda é preciso fazer “malabarismo” com o tempo disponível para conseguir conversar com o produtor rural sem atrapalhar a rotina intensa dele”, explica Marlan Conceição Palácio, de 29 anos, que há quase três está no Siga MS.

Momentos marcantes

Maiores que os desafios, no entanto, estão os momentos de satisfação profissional. Em diversas situações, orientações e troca de ideias com agricultores rendem parcerias duradouras.

“O melhor que já vivi nesse trabalho foi quando consegui levar ao produtor alguma informação a mais. Uma vez estava em uma propriedade em Dourados, conversando com o produtor, quando ele me relatou que estava preocupado com presença de lagarta helicoverpa na propriedade. Ele não sabia identificar se era helicoverpa armigera ou zea”, detalha Robson.

A helicoverpa armigera é a mais temida, uma praga difícil de ser controlada. Técnicos de empresas privadas já haviam ido ao local analisar a situação, mas não haviam dado retorno sobre o caso. “A essa altura o produtor já tinha feito aplicação na lavoura para combater a lagarta. Então decidi ir até a área e pedi licença para coletar alguma lagarta para levar para análise”, amplia Robson.

Dedicação

“Levei o exemplar até a universidade e me explicaram que eles já realizavam coleta de lagarta no entorno de Dourados há quatro anos. Até então, eles nunca tinham encontrado helicoverpa armigera, somente a zea. A lagarta foi enviada a Curitiba para uma avaliação laboratorial, mais profunda, mas no mesmo dia liguei para o gerente da fazenda e expliquei que havia ido até à universidade e entregue a lagarta para análise. Ele ficou muito feliz e agradecido porque muitas pessoas tinham ido na fazenda, mas nenhuma tinha dado retorno”, compartilha.

A atenção de Robson deixou o produtor mais tranquilo com os cuidados que estavam sendo tomados na propriedade. “Hoje, quando chego na fazenda, o atendimento é diferenciado. O produtor viu que nossa intenção era levar benefício e informação pra ele”, finaliza Robson.

Acesso às informações

Os levantamentos do Siga MS estão disponíveis ao produtor como fonte de informação especializada. Semanalmente, uma Circular Técnica é divulgada pela Aprosoja/MS com as informações apuradas pela equipe. Os dados indicam caminhos para um eficiente gerenciamento da produção agropecuária e manejo sustentável da lavoura. Para ter acesso às circulares basta realizar cadastro no link: www.aprosojams.org.br, na aba SigaWeb, e visualizar os dados.

Fonte: Assessoria de Imprensa - Aprosoja/MS

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