Diversificar o escoamento da produção é um dos principais desafios vividos pela agricultura familiar. Grande parte destes pequenos agricultores vive em áreas distantes dos mercados, por isso são estudadas formas de escoar as mercadorias, a fim de evitar prejuízo com produtos perecíveis e garantir renda para quem trabalha no campo. Nesse sentido, algumas ações resultaram positivamente no Estado. De acordo com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de MS (Agraer), o segmento tem se destacado, sendo responsável por uma movimentação de mais de R$ 800 milhões nos últimos quatro anos.
O trabalho realizado pela Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária Leiteira e de Corte e da Agricultura Familiar (Cooplaf), em Terenos, é um exemplo da força que o setor tem na região. Com cerca de 240 cooperados, entre produtores de leite e hortifruti, a entidade conquistou estabilidade quando passou a vender seus produtos para compradores fixos, como é o caso do Fort Atacadista, que tem parceria firmada com os agricultores desde 2015.
Segundo a cooperativa, mais de 90% de sua produção de hortifruti é destinada aos mercados da rede localizados em Campo Grande. Entre os produtos comprados diretamente com a cooperativa, estão berinjela, abóbora brasileira, abóbora paulista, pepino japonês, pepino comum, abóbora cabotiã, mandioca, maxixe, tomate cereja e jiló.
A presidente da Cooplaf, Carlinda Rezende, relata que, antes da parceria com a rede atacadista, os cooperados enfrentavam diversos problemas para manter as atividades. “No início, havia muita resistência do mercado local em adquirir os produtos e, com isso, não conseguíamos manter a produção. A parceria com o Fort foi importante porque ele foi um dos primeiros a acreditar no nosso trabalho”, lembra.
Na época, o grupo de agricultores recebeu assistência técnica do Senar/MS, por meio do programa Hortifruti Legal, o que auxiliou na qualificação e profissionalização das ações, ajudando a potencializar a produção. Com mais credibilidade no setor, a cooperativa passou a escoar mais facilmente as mercadorias, principalmente quando o Fort passou a ser o principal comprador. “Isso trouxe aos produtores a garantia de comercialização, e assim foi possível investir em ferramentas para melhorar a produção”, afirma Carlinda.
A estabilidade na produção e na geração de renda trouxe, ainda, um importante impacto social, pois muitas famílias foram reestruturadas e voltaram a trabalhar juntas. “Antes da parceria com o Fort, muitas esposas e filhos foram embora para a cidade, pois não havia uma garantia de venda e, em diversas ocasiões, haviam perdas de produção. Como a venda passou a ser fixa, familiares voltaram para o campo e passaram a viver disso”.
O comprador de perecíveis, setor de hortifruti do Fort Atacadista em MS, Jair Lemos, ressalta que a iniciativa é fundamental para movimentar a economia de Mato Grosso do Sul e fortalecer o mercado local, já que muitos produtores são oriundos de outros estados. Outro ponto positivo é a garantia de produtos de qualidade que chegam à mesa do consumidor. “É tudo fresquinho, o que foi colhido numa tarde, chega no máximo no outro dia pela manhã nas gôndolas de nossas unidades. Nosso anseio é que essa parceria continue, para valorizarmos o que é da nossa terra. Acreditamos que o Estado tem potencial para abastecer grande parte das demandas por alimentos”, salienta.
A rede Fort Atacadista possui sete lojas em Campo Grande, que atendem na modalidade atacarejo, fundamentadas em uma operação enxuta e na negociação de grandes volumes com fabricantes nacionais. Apresenta um mix de produtos com preços competitivos, garantindo mais economia para o consumidor – sejam clientes profissionais do mercado de alimentação (como donos de restaurantes, bares, lanchonetes e mercados) como também os consumidores finais.
Fonte: Sato Comunicação