Pecuaristas mantêm valorização do bezerro com auxílio da genética

Desde 2013, valor por cabeça saltou de R$ 850 para R$ 1,3 mil.

Foto: Divulgação

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Pecuaristas apostam no investimento em genética para manter o preço do bezerro em alta, que se tornou um item valioso no mercado, sustentando praticamente o valor da arroba. Vista como a vedete da pecuária atual, o modelo de gestão com foco na cria vem chamando a atenção pela valorização e recorrente recorde nos preços.

Prova disso são os indicadores divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea): desde 2013 o valor por cabeça saltou de um pouco mais de R$ 850 para as casas dos R$ 1,3 mil, somando um acréscimo de mais de 50%. Um dos motivos para o crescimento no valor do bezerro foi principalmente a falta de chuvas em diversas regiões produtoras no período, que prejudicou as pastagens e a engorda dos animais.

O abate de matrizes em anos anteriores também reforçou a queda na disponibilidade interna. Ainda segundo o indicador do Cepea, em maio de 2015, o bezerro nelore de 8 a 12 meses chegou à máxima (real) da série iniciada no ano de 2000, quando o indicador deflacionado foi de R$ 1.551,90, valor nunca visto anteriormente na pecuária nacional.

Entretanto, estudos mostram uma ligeira estabilidade nos preços em 2016. Na opinião de quem está à frente da venda de toda essa produção, o produtor de bezerros precisa ter cautela. Segundo o proprietário da leiloeira Estância Bahia, Mauricio Tonhá, há 25 anos no mercado, os preços devem se estabilizar. “Entendo que devido a uma melhora nas pastagens e nas chuvas, com maior quantidade de animais disponíveis, manteremos os mesmos preços que praticamos em 2015”, enfatiza.

O pecuarista, Tadeu Capatto, que há 20 anos possui propriedade em Barra do Bugres (MT), é o exemplo de quem investe na genética em busca de mais qualidade na cria. “Trabalhávamos somente com recria e engorda, adquirindo bezerros de terceiros, porém, a partir de 2008 iniciamos a aquisição de matrizes, tendo em vista a dificuldade na compra de bezerros e a falta de qualidade dos mesmos”. Apesar de não comercializar diretamente a cria, Capatto busca na genética obter mais padronização dos bezerros, o que torna recria e engorda um processo ainda mais rápido e prático.

Um ponto importante na busca por genética de qualidade são os reprodutores. Eles são responsáveis por modificar a produção, trazendo ao mercado um bezerro mais pesado, de ciclo curto e com maior volume de carne. Para Capatto, a compra de touros tomou ainda mais corpo e se tornou fundamental para o alcance de melhores ganhos econômicos na propriedade. “Vejo a importância do investimento em reprodutores para obtermos animais mais precoces em fertilidade, com mais peso e mais rentabilidade. Quando adquiro um reprodutor, enxergo primeiramente a filiação, pois é ela que trará os índices que preciso trabalhar na produção”, ressalta.

A preocupação em melhorar a qualidade da cria parte também de quem oferece genética. Ofertar animais melhoradores que agregarão valor ao produto final é o maior desafio dos grandes criatórios. ¨Está provado que a genética é aditiva, então na medida em que você aprimora e acumula o valor genético pretendido, o impacto é cada vez maior. O touro é quem faz esse papel. É por meio dele que o desempenho do gado se torna diferenciado, o que impacta no valor a ser pago pelo animal¨, explica o diretor da Fazenda Ressaca do Grupo Nelore Grendene, localizada em Cáceres (MT), Ilson Corrêa, que há 30 anos trabalha com seleção de touros melhoradores.

Fonte: Rica Comunicação

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