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Nos dias em que o Brasil entrou em jogo durante a Copa do Mundo, os pedidos por aplicativos de transporte locais cresceram 138%. O segmento de apps de transportes regionais também movimentou mais de 13,7 milhões, segundo levantamento realizado pelo Gaudium, startup focada nos mercados de mobilidade e logística. O estudo considerou dados comparativos com o mesmo dia da semana anterior à realização dos jogos.
Na estreia do Brasil, contra a Sérvia, às 16h, houve um crescimento de 204,5%, nos pedidos na hora anterior à partida. Já no segundo jogo, em que o Brasil enfrentou a Suíça às 13h, os pedidos por aplicativos apresentaram aumento de 87,5%. No terceiro jogo da seleção brasileira, contra Camarões, também às 16h, a demanda por corridas de aplicativos cresceu 212,5%. Nas oitavas de final, no jogo contra a Coreia do Sul, às 16h as solicitações aumentaram 82%. Já nas quartas de final contra a Croácia, às 12h, houve aumento de 102%.
Para Ricardo Góes, sócio-executivo da Gaudium, o pico nas demandas por aplicativos de transportes se deu entre 15h e 16h justamente porque grande parte dos usuários de aplicativos estava se deslocando do trabalho para casa, para as casas de amigos ou bares da cidade para acompanhar a transmissão do mundial.
“Já havíamos visto esse movimento durante a Copa de 2018, quando as corridas chegaram a aumentar 306% uma hora antes dos jogos do Brasil na Rússia. Mas é interessante observar que esse aumento pode variar de acordo com o horário do jogo. Em 2018, o Brasil jogou às 9h da manhã, o que teve um impacto negativo nas corridas de aplicativo, visto que muitas pessoas ficaram em casa, já que teriam que trabalhar em seguida“, explica o executivo.
O motorista de aplicativo e influenciador Fernando Dutra, do canal Fernando Floripa, explica que dezembro é historicamente o mês com mais corridas nos aplicativos. “Com as festas de final de ano, férias escolares e o pagamento do 13º, as pessoas solicitam mais corridas. É o momento dos motoristas faturarem e, principalmente, fazerem uma reserva para janeiro, quando as corridas tendem a cair. A Copa do Mundo foi um adicional a essa tendência“, revela Fernando.
No dia 24 de novembro, estreia do Brasil na Copa do Mundo, o jornalista Vinícius Guahy solicitou um carro de aplicativo para assistir ao jogo. Diferente do que costumava pagar no trajeto, cerca de R$ 14, o preço final da corrida foi de R$ 35. “Fiquei surpreso com a previsão do custo, mas pedi o transporte mesmo assim. Não queria arriscar perder o começo da partida”, afirma.
O movimento foi observado por diversos usuários de diferentes aplicativos pelo Brasil. “Muitas dessas plataformas utilizam o sistema de tarifa dinâmica, que aumenta o preço das corridas quando há aumento nas solicitações e déficit de motoristas disponíveis”, finaliza Góes.
