Pelo segundo mês consecutivo em 2019, os mais de 80 milhões de consumidores de energia elétrica do Brasil irão arcar com a cobrança adicional da bandeira vermelha na conta de luz.
O anúncio foi feito pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e marca a época do ano, de agosto a novembro que, desde 2017, registra a ocorrência desses adicionais devido ao quadro de estiagem que impacta a geração por hidrelétricas no país.
No entanto, o sol que castiga os reservatórios é o mesmo que liberta milhares de brasileiros gerando sua própria energia através dos sistemas fotovoltaicos, integrantes do segmento de geração distribuída criado pelas regras da ANEEL em 2012.
São, hoje, mais de 104 mil consumidores no país que fazem uso de painéis solares para economizar até 95% na conta de luz e ficar livres das bandeiras tarifárias por mais de 25 anos, vida útil mínima da tecnologia.
Pelas regras da geração distribuída, o consumidor conecta seu gerador ao poste da distribuidora e é compensado em créditos por toda energia excedente que é injetada na rede elétrica.
Esses créditos, por sua vez, compensam a energia consumida da rede durante o período noturno ou em momentos de pouca geração do sistema, como em dias muito nublados ou chuvosos.
Uma vez que os sistemas são dimensionados para gerar toda a energia consumida em uma casa ou empresa, o consumidor sempre terá créditos para zerar o que consumiu da rede, ficando livre do valor da energia da distribuidora e seus acréscimos.
São essas vantagens, em conjunto com as mais de 70 linhas de financiamento para energia solar oferecidas no país, que impulsionam a geração distribuída no Brasil e elevam a cada ano o número de sistemas conectados.
Foram 46.720 novas conexões registradas pela ANEEL somente até o final de agosto de 2019, quase 33% a mais que todo o volume conectado em 2018.
Com a marca histórica de 1 Gigawatt (GW) de capacidade instalada atingida no começo de agosto, a energia solar distribuída segue forte no Brasil e deverá alimentar mais de 886 mil telhados até 2024, segundo a previsão da ANEEL.