Os médicos da Associação Brasileira de Nutrologia realizaram, nos meses de novembro e dezembro, uma pesquisa com 400 pacientes, para avaliar o perfil comportamental deles nas comemorações do Natal. Apenas 8% dos pesquisados informaram conseguir manter a dieta nessa época do ano, contra 37% que assumiram sair completamente da rotina e 55% que relataram que se permitem sair da dieta, mas buscam equilibrar os alimentos. Para 51%, a ceia de Natal é um momento calmo e reflexivo, e para 49% este é um momento conturbado e com muito falatório. Participaram pacientes de 14 estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná e Brasília.
O tempo despendido em mesa condiz muito com a quantidade de alimentos ingeridos. 41% disseram levar de duas a três horas entre a ceia e a sobremesa, 39% cerca de uma hora, 13% entre quatro e cinco horas, e 7% mais do que seis horas. Em paralelo, 57% das pessoas afirmam ficar mais uma hora petiscando, 26% de duas a três horas, 9% de quatro a cinco horas e 8% mais do que seis horas. “Quanto mais tempo em mesa, maior a propensão a exagerar, pela exposição à comida e aos petiscos”, ressalta o Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da ABRAN.
As sensações pós-ceia também foram questionadas. O sentimento de felicidade está presente para 44% das pessoas, assim como tranquilidade, para 37% delas. Já os sentimentos de culpa (15%), exaustão (12%), tristeza (4%) e raiva (2%) também foram relatados. Uma das respostas comenta sobre impotência e frustração por não conseguir manter um objetivo. O exagero maior, segundo 46% dos pacientes, é na noite de Natal, seguido por 35% que mostraram abusar nos dois dias e 19% apenas no almoço. No dia após o Natal, a compensação relatada por 47% é encontrada em forma de redução alimentar, ou seja, diminuir o ritmo e comer menos. Além disso, a prática de exercícios foi lembrada por 29% dos pacientes, além de fazer jejum, por 7%.
“As escolhas e substituições devem ser conscientes durante todo o ano. Se permitir é bom, mas saber as consequências é ideal para conseguir chegar à moderação”, esclarece o Dr. Ribas.
Alimentos e bebidas preferidos no Natal
Em relação aos alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (62%), saladas (59%), farofa (58%), salpicão (53%), arroz (51%), carnes suínas como leitão e pernil (38%), maionese (24%), e carnes vermelhas bovinas (14%). Como sobremesa, doces e frutas são os mais consumidos, por 45% dos pesquisados, seguidos por apenas doces, escolhidos por 34%, e apenas frutas, por 18%.
Quando questionados sobre opções mais saudáveis, os mais lembrados para a ceia são: salada especial (53%), sementes e cereais (27%), pães integrais (17%) e arroz integral (17%). Para 34% não existem opções saudáveis na ceia.
Na seção de bebidas, as alcoólicas são as mais pedidas, por mais de 50% das pessoas. Também foram mencionados água, por 41% delas, refrigerantes, por 29%, sucos naturais, por 23%, e água com gás (12%) e sucos industrializados (6%).
Sobre os tipos de bebidas alcoólicas, 38% consomem vinho tinto, 36% bebem espumantes, 18% cerveja, 5% uísque, e 3% vodca. Muitas das respostas comentavam que era quase incontável o consumo da bebida alcoólica.
Para o Dr. Durval Ribas Filho, se a pessoa não tem restrições alimentares, o importante é não proibir totalmente nenhum tipo de alimento ou bebida. “Vemos muitos pacientes que exageram nas festas de fim de ano e passam o ano seguinte inteiro tentando compensar os exageros. Há de que se entender que hábitos alimentares não mudam de uma hora para outra. Existem medidas que devemos aprender para a nossa vida”, conclui.
Sobre a ABRAN
Fundada em 1973, a ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia – é uma entidade médica científica que dedica-se ao estudo de nutrientes dos alimentos, que são decisivos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano. Reúne mais de 1.700 médicos nutrólogos titulados especialistas em nutrologia pelo Brasil e mais de quatro mil médicos associados, que atuam no desenvolvimento e na atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. Visite www.abran.org.br, curta a ABRAN no Facebook facebook.com/nutrologos e no Instagram @nutrologia.