A suinocultura tem grande importância para a economia e a alimentação mundiais. No total, são mais de 150 milhões de toneladas de carne por ano, dos quais 4,7 milhões de toneladas no Brasil. Essa relevância pressupõe que os cuidados com a saúde e o bem-estar dos animais sejam cada vez mais o foco de produtores, médicos veterinários, zootecnistas e todos os demais envolvidos no trabalho nas granjas.
Com o objetivo de contribuir com essa realidade, recentemente, a pesquisadora Laura Pérez Sala e colaboradores conduziu estudo para investigar a eficácia de um anti-inflamatório não esteroidal (ácido tolfenâmico) em fêmeas no pós-parto.
Médica veterinária pela Universidade Autônoma de Barcelona e mestre em saúde e produção suína, a cientista espanhola apresentou os resultados de seu trabalho em um congresso científico na Espanha, destacando que o ingrediente ativo possui propriedades analgésicas, antipiréticas e antitóxicas, que contribuem para a melhoria do desempenho zootécnico dos animais, especialmente quanto à transferência do anticorpo Imunoglobulina G (IgG) da mãe para os leitões – na comparação com grupos-controle não tratados com o medicamento.
Para avaliar os benefícios do ácido tolfenâmico, os estudiosos trataram 20 porcas e 21 marrãs em uma granja moderna e de alto desempenho na Espanha. Cada fêmea recebeu injeção única de 2 miligramas por quilo em um período de 12 horas após a realização do parto. O produto utilizado nesse procedimento foi Tolfedine® CS, desenvolvido pela Vetoquinol Saúde Animal, indústria de origem francesa. De modo a viabilizar a comparação, grupo-controle com 20 porcas e 20 marrãs não recebeu nenhum tipo de tratamento anti-inflamatório.
A partir disso, Laura e equipe de colaboradores avaliaram os 472 leitões nascidos das fêmeas tratadas com o anti-inflamatório e os 458 leitões das fêmeas do grupo-controle, considerando os parâmetros de: peso ao nascimento, peso ao desmame, ganho médio diário de peso do nascimento ao desmame, mortalidade e níveis plasmáticos individuais de IgG. Em cada um dos grupos, conforme o estudo, “não houve significância estatística entre o peso ao nascimento dos leitões e o tamanho da ninhada” e “a saúde geral do rebanho foi considerada boa”.
A leitegada do grupo tratado com Tolfedine® CS teve peso médio ao desmame 15% maior que os leitões do grupo-controle, o que equivale a 814 gramas a mais por animal. A taxa de mortalidade também foi mais baixa. O nível médio de Imunoglobulina G no plasma foi 21% superior nos filhotes de fêmeas tratadas com o anti-inflamatório, chegando a 20,60 microgramas, ante 16,99 microgramas do grupo-controle. Este dado é, especialmente importante, visto que os índices de IgG diminuem na fêmea após o parto.
Assim, o ácido tolfenâmico, Tolfedine® CS, ajudou na manutenção de anticorpos nas porcas e marrãs, beneficiando sua “transmissão” para os leitões, por meio da amamentação. Amamentação, aliás, beneficiada pelo anti-inflamatório – afinal, segundo a pesquisa, seu efeito potente e duradouro “mitiga a dor pós-parto, melhora o bem-estar da mãe e o comportamento materno, o que aumenta a receptividade ao aleitamento”. Assim, a inovação e a tecnologia de Tolfedine® CS, cientificamente comprovado, é um dos segredos do sucesso da suinocultura moderna.
*Guilherme Moura, médico veterinário, doutor em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e gerente de serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal