· O estudo, realizado com 1.005 professores da rede pública, mostrou que, após os desafios impostos pela crise da Covid-19, os professores estão mais preparados e pretendem usar mais ferramentas tecnológicas;
· Os dados mostram que 73% dos educadores dizem que, após a pandemia, vão utilizar mais tecnologia no ensino do que usavam antes; · Em contrapartida, menos da metade das escolas brasileiras têm internet considerada adequada pelos profissionais; · Deputados e senadores têm a oportunidade de resolver o problema de milhares de estudantes e ajudar na retomada da educação em 2021. |
Ter acesso à internet foi uma das grandes barreiras para que crianças e adolescentes pudessem estudar em 2020 com a pandemia do novo coronavírus. Entretanto, a conectividade de estudantes e professores será essencial para garantir a retomada na educação. Como o modelo de ensino híbrido deve permanecer ainda por um tempo, uma escola conectada vai ser chave para que os alunos consigam recuperar a aprendizagem, pois permitirá ao professor atender os alunos que seguirão em casa da própria escola.
Pesquisa Datafolha encomendada pela Fundação Lemann mostrou que, após esses desafios, os professores estão mais preparados e pretendem usar mais ferramentas tecnológicas. Foram entrevistados 1.005 professores da rede pública entre setembro e outubro de 2020, em todo o país.
Segundo os dados obtidos, 73% dos educadores dizem que, após a pandemia, vão utilizar mais tecnologia no ensino do que usavam antes. No entanto, menos da metade (45%) dos profissionais consideram a conexão adequada atualmente e quase 30% não têm qualquer internet na unidade escolar.
“Com o isolamento social e o fechamento de escolas, o ensino remoto foi implementado em caráter emergencial. Em 2021 vamos migrar para um modelo híbrido e temos ainda tempo de nos preparar”, explica Cristieni Castilhos, gerente da Força Tarefa Educação/Covid-19 da Fundação Lemann.
Das 27 unidades federativas do país, apenas 12 já autorizaram a reabertura: Amazonas, São Paulo, Ceará, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. O retorno às escolas estaduais está se dando de maneira gradual e, mesmo quando todos os alunos voltarem, será preciso ensinar dois anos em um. A tecnologia entra, nesse caso, como importante apoio para as aulas de reforço, como algumas Secretarias de Educação já estão se planejando. Ainda segundo a pesquisa Datafolha encomendada pela Fundação Lemann, para 81% dos professores, a tecnologia é uma grande aliada na promoção de um ensino mais ativo.
Para 55% dos professores é imprescindível ter escolas conectadas em 2021. Mesmo diante dos recentes cortes e a não execução no orçamento da educação no executivo federal, há alguns projetos de lei, tanto na Câmara quanto no Senado, que estão em tramitação. Senadores e deputados terão a oportunidade de apreciar projetos de lei até o fim do ano neste tema e deixar um legado para educação.
O PL 172/202, que deve entrar na pauta do Senado nesta semana, permite o uso de recursos do Fundo de Universalização de Telecomunicações (Fust) para a ampliação da banda larga em escolas públicas, especialmente na zona rural, com velocidade adequada, até 2024.
“Precisamos de ações concretas ainda em 2021, pois a tecnologia veio para ficar na educação. No ano que vem, uma escola conectada vai ser chave para garantir o modelo híbrido que seguiremos tendo. Fomos pegos de surpresa em 2020, mas não podemos terminar o ano sem uma ação significativa que resolva a conexão da educação. Nossos senadores e deputados têm nas mãos a oportunidade de conectar milhões de estudantes, especialmente aqueles que mais precisam”, diz Cristieni Castilhos, gerente da Força Tarefa Educação/Covid-19 da Fundação Lemann.
Outros dados sobre tecnologia e conectividade da pesquisa Datafolha com professores encomendada pela Fundação Lemann:
- Apenas 3% dos professores não se sentem preparados para dar aulas com tecnologia;
- 97% dos professores acham importante oferecer equipamentos e acesso à internet de alta velocidade para alunos e professores que não disponham, caso as escolas não reabram até o fim do ano;
- 55% dos professores acham que a internet da sua escola não é adequada para continuar usando tecnologia no retorno às aulas; 29% não têm acesso à internet na escola e só 16% acham que a velocidade é adequada;
- Após a pandemia, 64% dos professores consideram imprescindível a todas as escolas terem acesso à internet de alta velocidade; 59% acham imprescindível todos os professores terem acesso e 47% acham imprescindível todos os alunos terem acesso;
- 76% dos professores dizem que farão mais formações de forma remota após a pandemia do que o quanto faziam antes da pandemia.