Quando pensamos em agronegócio, a tecnologia digital dificilmente passa por nossa cabeça, mas os hábitos dos produtores rurais brasileiros têm acompanhado de forma muito rápida as mais recentes evoluções digitais tão comuns nas áreas urbanas. Esse cenário, que existe principalmente devido ao uso cada vez mais frequente da Internet, é o que revela a 7ª Pesquisa de Hábitos do Produtor Rural. Desenvolvida pela Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMRA) e Agronegócio, o levantamento investigou os novos costumes de quem vive no campo, e mostrou que 42% dos trabalhadores já utilizam a Internet no seu dia a dia de trabalho, seja para se comunicar ou para se manter atualizado sobre insumos, clima e notícias locais.
O estudo, que foi realizado por meio de entrevistas com mais de 2.800 pessoas (2.090 agricultores e 717 pecuaristas), mostrou que veículos considerados tradicionais, como a televisão e o rádio, deram espaço para a web por meio das redes sociais digitais e aplicativos de troca de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, que são utilizados como ferramenta de trabalho e pesquisa no campo. Entre as ferramentas digitais de comunicação, o WhatsApp lidera o uso pelos produtores, com 96% dos entrevistados afirmando que utilizam o “app”, seguido pelo YouTube (24%), e o Messenger, com 20%.
O levantamento revelou também que 32% das pessoas que tomam as decisões dentro das propriedades rurais possuem entre 26 e 40 anos, contra apenas 25% no levantamento anterior, o que aponta que as novas gerações têm assumido os negócios no campo. Em entrevista para a web rádio Agromundi, o diretor de Pesquisa da ABMRA, Ricardo Nicodemos, que também liderou o estudo, explicou que o maior uso da Internet e das ferramentas digitais pode ser entendido como um reflexo da diminuição da faixa etária dos produtores e pecuaristas brasileiros. “Os novos líderes do agronegócio estão cada vez mais jovens, possuindo uma maior relação com as novas tecnologias”, afirmou Ricardo.
Poder feminino
A pesquisa ainda mostrou que as atividades rurais, apesar de historicamente consideradas masculinas, têm tido cada vez mais valorizada a participação das mulheres, mostrando que, desde a última pesquisa, realizada em 2013, a presença feminina no agronegócio triplicou, passando de apenas 10% para 31%. “Um dos tópicos mais interessantes do estudo buscou levantar a percepção dos produtores quanto à importância da presença feminina no campo. De acordo com a percepção de 89% dos entrevistados, a presença de mulheres na administração e no gerenciamento dos negócios é vital ou muito importante”, explicou Ricardo Nicodemos.
Para mais informações sobre essa pesquisa e ouvir a entrevista completa com Ricardo Nicodemos, basta acessar o portal Agromundi (http://www.agromundi.com.br/), e clicar na aba “Podcast”.