Pesquisadores brasileiros descobrem correlação genética entre nível leve de autismo e a capacidade intelectual

Novas descobertas de Natalie Banaskiwitz e Fabiano de Abreu revelam semelhanças comportamentais entre pessoas com TEA e superdotados

Criança Desfrutando de Jogo Didático – Foto: MF Press Global

Você já deve ter ouvido falar sobre a intrigante relação entre o autismo e a inteligência. Essa dúvida que muitos de nós temos, também intriga os cientistas. A partir desse questionamento, pesquisadores brasileiros estão revelando descobertas surpreendentes sobre a correlação genética que une algumas pessoas com Transtorno do espectro autista, que portam o que anteriormente era conhecido como “Asperger”, e a capacidade intelectual.

O Pós PhD em Neurociências e biólogo especialista em inteligência, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, que é membro das renomadas sociedades Sigma Xi, Royal Society of Biology e Society for Neuroscience lidera um estudo e conta com a parceria da neuropsicóloga Natalie Banaskiwitz, especialista em autismo, e uma equipe composta por dois neuropsicólogos e dois geneticistas, onde investigam a relação entre pessoas com níveis baixos de Transtorno do Espectro Autista e a inteligência. Os resultados preliminares têm revelado descobertas intrigantes, sugerindo semelhanças comportamentais entre esses indivíduos e os superdotados, bem como uma surpreendente correlação genética entre o autismo leve e a capacidade intelectual.

Fabiano de Abreu Agrela – Foto: MF Press Global

De acordo com Fabiano, a análise genética em pessoas com alto QI frequentemente revela predisposição ao TEA. Essa descoberta despertou sua atenção para a necessidade de um mapeamento minucioso. “É importante ressaltar que a pesquisa se concentra no antigo termo Asperger, não no autismo em geral, uma vez que alguns níveis de autismo podem incluir déficits cognitivos. Para o DSM-5, o Asperger é retratado como um tipo de autismo, porém mais leve”, destaca.

Com descobertas como os comportamentos semelhantes entre indivíduos com TEA de alto QI e os superdotados, espera-se que esse estudo contribua para uma compreensão mais aprofundada dessas condições e possa auxiliar no diagnóstico precoce. Os cientistas envolvidos acreditam que esse trabalho trará novos insights sobre as interações fascinantes entre diferentes aspectos do cérebro humano, abrindo caminho para avanços significativos na área da saúde mental.

Natalie Helene van Cleef Banaskiwitz – Foto: MF Press Global

Natalie Banaskiwitz, neuropsicóloga, comenta sobre as semelhanças entre o antigo Asperger e a superdotação: “Existem alguns comportamentos que podem se assemelhar entre essas duas características. É importante ressaltar que nem todas as pessoas com o TEA apresentam superdotação e nem todas as pessoas superdotadas têm características do espectro autista. No entanto, alguns pontos de semelhança podem incluir um interesse profundo e intenso em áreas específicas, habilidades cognitivas acima da média, memória excepcionalmente detalhada, desafios em interações sociais e um senso de perfeccionismo”.

Essa pesquisa pioneira no campo da neurociência está trazendo novos insights sobre a relação entre o antigo Asperger e a capacidade intelectual, destacando a importância de compreendermos melhor essas condições e promovermos uma maior inclusão e apoio às pessoas que convivem com elas.

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